sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Eixo VIII - Estágio/Tecnologias/ensino-aprendizagem

Quero, nesta postagem, relatar as conquistas que a turma 119 alcançou a partir de nossa ação pedagógica no ambiente informatizado da escola. Começo-a com partes de algumas reflexões semanais que escrevi durante o estágio supervisionado:

3ª semana: (...) "Nesta semana, fomos ao Laboratório de Informática. Percebi, que a maioria das crianças não dominava a tecnologia, isto é, não tinha acesso a ela em suas casas. Então “puxei o freio de mão.” Estávamos jogando com a "Turma da Mônica" ( memória, sete erros, trocar roupas, colorir,etc.) Vou com calma. Não quero frustrá-los. Sei que chegarei “lá”."
4ª semana:"A turma trabalhou com a edição eletrônica de seus nomes e dos nomes dos colegas no Laboratório de Informática (LI). Combinamos que nossa atividade primeira seria conhecer um pouco desse editor, depois poderiam jogar o que escolhessem. Estavam excitadíssimos para jogar nos computadores. Tenho uma aluna chamada Camille que sabe tudo de computador, mesmo não sabendo, ainda, ler e escrever. Está sempre me assessorando junto aos colegas quando estamos no LI. Ela é "MEU BRAÇO DIREITO".
Realimentei coisas básicas como: usar o teclado, o mouse, procurar e clicar nos comandos do editor de texto, a escrever seus nomes, de suas mães e o meu. Perguntei se queriam trocar o tamanho da letra? "Sim." Que tal trocar o tipo de letra? "Eba! Eba! Ensina prô!". Vamos trocar a cor? "Vamo, vamo, prô!" "Oh! Que lindo! Quero também!" " Não tô conseguindo... Me ajuda sora". "Não acho as cores do meu..."
Depois, jogaram o que escolheram. Alguns meninos montaram as partes de um robô, outros queriam colorir desenhos, Jogo de Sete erros da Turma da Mônica, corrida de automóveis, etc. As meninas preferiram pintar desenhos ou trocar roupas, maquiar ou arrumar os cabelos de bonecas."
Meus alunos, muitos deles, advindos da classe menos favorecida, ficaram maravilhados ao entrarem pela primeira vez no Laboratório de Informática da escola para trabalhar no computador. A maioria não sabia o que fazer, por onde começar.
Hoje, passados 9 meses desta primeira vez, por causa de nossa prática pedagógica, duas vezes na semana no LI realizando atividades contextualizadas com os conteúdos desenvolvidos na sala de aula, meus alunos apresentam uma certa intimidade com o computador. Sabem mexer no teclado, no mouse com certa autonomia, conhecem o google "É lá no google que eu acho o jogo que eu quero" (Denner, 7 anos); "Eu digito no google o que eu quero encontrar porque já sei ler e escrever"(Julia 7 anos).
Gostam muito de escrever no word, mudando fonte, cores, tipos de letras. "Eu sei escrever no word algumas palavras só que meu colega reclama que eu sou demorado."(Kévin, 6 anos)
Antes de irmos para o LI, preparo-os sobre a minha proposta, o que iremos realizar lá e por quê. Gosto que as atividades no computador sejam feitas em duplas o que está colaborando muito com a dificuldade que algumas crianças dessa idade ainda tem em compartilhar com os outros. No início, foi difícil, dava muita discussão, hoje esta prática de trabalhar de dois a dois está mais tranquila. Há momentos que eu permito que se juntem com o colega de sua escolha. Em outros eu escolho as duplas. Faço esta composição quando é necessário juntar crianças de personalidades diferentes ou com níveis de aprendizagem diferentes, onde uma pode colaborar com a aprendizagem da outra. Nas interações pessoais também se aprende.
Avançaremos mais se soubermos adaptar programas previstos às necessidades dos alunos, criando conexões com seu cotidiano(Moran, p.33)
É notória a autonomia dos meus alunos no LI, demonstram-se motivados com as atividades pedagógicas que lá realizamos. Aumentou a interação da turma, seu espírito colaborativo, por exemplo, quando um colega que não está naquela dupla apresenta dificuldade no computador que ele domina, prontamente levanta-se e vai ajudá-lo
Tenho claro comigo, que o uso pedagógico do computador na escola é um meio facilitador para a construção do conhecimento infantil, inserindo-os na realidade digital, principalmente, aqueles que não têm este acesso em casa. Desenvolvem habilidades cognitivas importantes: linguagem, comunicação, cooperação, raciocínio, enriquecimento do vocabulário, superação de desafios, autonomia, etc.
O desafio imposto aos docentes é mudar o eixo do ensinar para optar pelos caminhos que levem ao aprender. Na realidade, torna-se essencial que professores e alunos estejam num permanente processo de aprender a aprender. (Behrens, p.73)
Escolhi está temática no meu TCC, por vários motivos. Mas, cabe aqui salientar, o maior deles foi o fato de que com minhas leituras e estudos para o TCC, eu enriqueceria mais o meu conhecimento, a minha formação sobre as mídias e tecnologias digitais no processo de ensino aprendizagem. Necessito fundamentar mais meus conhecimentos sobre a informática educacional e suas mais novas abordagens na educação. Quanto mais eu me preparar para o uso educacional das TICs , mais estarei colaborando para que meu aluno usufrua dos benefícios pedagógicos proporcionados por elas como um professor facilitador/ mediador deste processo.
Entretanto, descaracterizar o sentido de aprendizagem escolar em decorrência da presença das inovações tecnológicas é obviamente um equívoco. O valor da aprendizagem escolar está, precisamente, em introduzir os alunos nos significados da cultura e da ciência por meio de mediações cognitivas e interacionais que supõe a relação docente. (Libâneo, p. 67)




Referências bibliográficas:

LIBÂNEO, José Carlos. Adeus professor, adeus professora?. 12ª ed. São Paulo: Cortez, 2010.

MORAN, José Manuel. A educação que desejamos – Novos desafios e como chegar lá. 4ª ed. São Paulo: Editora Papirus, 2009.

MORAN, José Manuel; MASETTO, Marcos T.; BEHRENS, Marilda Aparecida. Novas tecnologias e mediação pedagógica?. 17ª ed. São Paulo: Editora Papirus, 2010.

Um comentário:

Patrícia_Tutora PEAD disse...

Parabéns!! Maravilha de trabalho! =)