quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Avaliação do Curso de Informática com a professora Rose do NTE - 28ª CRE

Foi muito producente e enriquecedor o Curso de Informática que nós, professoras da Escola Estadual Professora Clotilde Rosa, realizamos com a querida e competente Professora Rose, responsável pelo NTE, 28ª CRE , de Gravataí, durante o Segundo Semestre de 2009, no próprio Laboratório de Informática da nossa Escola.
Embora eu já tivesse algum conhecimento e prática das TICS no meu "Ser Professor" contemporâneo e curioso, adorei conhecer melhor sobre o WINDOWS MOVIE MAKER e sobre o MICROSOFT OFFICE EXCEL.
Acrescentou-me tanto na minha prática pedagógica com meus alunos, quanto em minha Graduação à Distância: Licenciatura em Pedagogia que realizo na UFRGS desde agosto de 2006.

domingo, 15 de novembro de 2009

Práticas Pedagógicas - Linguagem Educação

*Que práticas pedagógicas podem ser significativas e capazes de levar o aluno a entender e a expressar-se de posse da Língua Materna?
*Como oportunizar a exploração multifacetada (gostei dessa palavra) tanto da linguagem oral, quanto da linguagem escrita no contexto escolar?
As atividades orais e escritas são melhores entendidas na formação do cidadão leitor/autor crítico e dialógico, num contexto democrático e coletivo. A escola, então, deverá ser um espaço que abra horizontes, oportunizando o conhecimento desse mundo, contribuindo para que a criança compreenda e apreenda a realidade de diversos pontos de vista. A Literatura Infantil, por exemplo, é um rico e importante recurso pedagógico, permitindo o envolvimento do aluno, percebendo-se como sujeito capaz de participar, compreender e transformar a sociedade na promoção de um debate coletivo na turma.
Desde o nosso nascimento convivemos com as diferentes formas de linguagem e expressão, por isso é tão importante refletirmos sobre as metodologias que oportunizarão às crianças a reflexão e a compreensão do funcionamento da nossa Língua num ambiente que respeite a sua infância, a sua necessidade de questionar e de aprender brincando, manuseando os diversos tipos de textos que estão disponíveis em nossa sociedade letrada.
A alfabetização é um processo dinâmico de construção social que transcende a fragmentação e a descontextualização, já que a criança participa ativamente das práticas culturais de uso da escrita exigindo a troca de idéias, a emoção e a ação de escrever sobre essas idéias e sentimentos.
A experiência do ler e do escrever em sala de aula deve ser útil, contextualizada, interessante, divertida e interdisciplinar seguindo sua função social e cultural, onde a criança formará conceitos e compreenderá o mundo que a cerca, sentindo-se parte dele, não como um mero expectador, mas como um sujeito importante inserido nesse processo, sendo capaz de refletir e de posicionar-se, estabelecendo relações com outros conceitos.

“a leitura da palavra, da frase, da sentença, jamais significou uma ruptura com a “leitura” do mundo” (Paulo Freire, 1991,p.15).

domingo, 8 de novembro de 2009

EJA: alfabetização e linguagem

A organização curricular da EJA não pode apresentar as mesmas propostas oferecidas às crianças do Ensino Regular. Essa infantilização do jovem e do adulto aumentaria sua baixa estima, continuaria com o processo histórico de exclusão e de humilhação de sua dignidade, confirmando sua falta de capacidade cognitiva, reforçando os motivos que os levariam novamente a abandonar a escola.
Ignorar os aspectos psicológicos do adulto, seus hábitos familiares e sociais, sua maneira de ver e de sentir o mundo letrado ou não letrado, menosprezando sua capacidade cognitiva é negar o próprio sujeito e sua evolução humana e intelectual.
O professor que desempenha suas funções com jovens e adultos deve adequar os conteúdos da escola à prática pedagógica que venha de encontro ao perfil social, cultural e às possibilidades e necessidaddes reais dessas pessoas, favorecendo o diálogo entre suas experiências vividas, seus saberes construídos ao longo da vida.
Esse processo de aprendizagem dialógico e cidadão traz uma conotação repleta de significados para esses aprendizes, levando em consideração todas as especificidades, as diversidades culturais e sociais e a multiplicidade de conexões que esses alunos tecerão na coletividade escolar.
Esses homens e mulheres sabem muitas coisas e desconhecem outras. Quanto maior as possibilidades de aprendizagens significativas e contextualizadas que lhe forem oferecidas no cotidiano escolar, dando conta de sua diversidade e de seus anseios comuns, maior será sua integração nesse contexto educacional e intelectual.
"Ninguém educa ninguém, ninguém educa a si mesmo, os homens se educam entre si, mediatizados pelo mundo." (Paulo Freire)
Nas relações tecidas na escola, ampliar-se-ão a comunicação e as interações entre eles, multiplicando a troca de conhecimentos, superando assim, na convivência humana, mediada pelo professor, as dificuldades e limites, porque os sujeitos se modificam; modificando também sua maneira de perceber o mundo que os cerca.
Portanto, os conteúdos necessários para a educação desses jovens e desses adultos são aqueles que possam ajudá-los a construir a sua autonomia na sua vida cotidiana e social, como, por exemplo: pegar um ônibus; conhecer e localizar-se em sua cidade; providenciar documentos; saber portar-se e vestir-se adequadamente para uma entrevista de emprego; saber pesquisar num classificados de jornal; usar o computador, etc.
Resumindo, esses conteúdos iriam preparar esse educando para a melhoria de sua qualidade de vida, desempenhando com autonomia e segurança sua vida social, pessoal, afetiva, profissional, intelectual, política, econômica sentindo-se parte desse coletivo nessa sociedade tão complexa e exigente.
"(...) Nosso próprio pensamento... nasce e forma-se em interação e em luta com o pensamento alheio, o que não pode deixar de refletir nas formas de expressão verbal do nosso pensamento."(Bakhtin, 2000, pg 317)
A fonte da linguagem encontra-se no centro das relações humanas, tornando-se necessário que a metodologia pedagógica da alfabetização da EJA facilitem e oportunizem a leitura e a produção textual sempre relacionada ao cotidiano desses sujeitos que pensam, que sentem, que vivem, que sonham com um mundo melhor.
Lembrando que a linguagem oral deve ser respeitada como parte soberana da identidade antropológica do homem, onde as variedades culturais devem ser respeitadas como um direito legítimo do cidadão de expressar-se oralmente, mas oferecendo na escola o acesso à linguagem formal para que saibam como e onde usá-la.
Sendo assim, as atividades de leitura e de produção textual devem perpassar a problematização cotidiana desse aluno, problematizando seu dia-a-dia, dando-lhe condições de agir com autonomia sobre assuntos como, por exemplo: diferenças entre os gêneros; sexualidade e saúde; importância e dificuldades encontradas no trabalho rural e no urbano; direitos e deveres do cidadão brasileiro; violência e drogas; preconceito e discriminação; poder e corrupção; administração do dinheiro público; democracia e cidadania; etc., ampliando seus conhecimentos sobre a língua, as conquistas e relações humanas possíveis através dela num processo de consciência coletiva de uma comunidade.
É fundamental que o professor da EJA, reflita sobre sua prática, também como um adulto com capacidade cognitiva que encontra-se em processo de formação e atualização, conhecendo as importantes teorias que fortalecerão e embasarão sua ação pedagógica nas relações individuais e coletivas articuladas nesse contexto escolar.
"Mas a gente sempre erra", como dizia Paulo Freire," somos seres inacabados, há sempre novos erros a cometer, novas lições a aprender."

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

TEMAS GERADORES

Refletindo sobre tudo o que li e vi sobre os Temas Geradores ,proposta pedagógica numa perspectiva Freireana, pude questionar-me com muita seriedade e preocupação sobre a minha prática pedagógica na atual conjuntura educacional com que me deparo em meu cotidiano escolar:
*Procuro conhecer a realidade de onde vem meu aluno? Qual sua história de vida, seus desejos e seus saberes?
*Oportunizo, em minha sala de aula, que meu aluno compreenda a sua realidade, seu contexto familiar, e social?
*Minhas propostas são lúdicas, interessantes, desafiadoras, contextualizadas e dialógicas, partindo de nosso coletivo educacional?
*Promovo situações de criação/ recriação, de ação/reflexão oportunizando que meu aluno exercite sua criticidade, podendo fazer uma leitura/releitura da dominação e do controle que muitas vezes tentam nos alienar?
*Minha postura de vida, meu fazer profissional, minha relação com o meu coletivo está em busca da democracia? Defende o amor, o diálogo, a solidariedade, a vida mais digna e justa para toda a coletividade?
Concluo que tenho procurado acertar em minhas ações/reflexões, interagindo com meus alunos através do diálogo verdadeiro e humano, do vínculo afetivo seguro e confiável, acreditando na capacidade das novas gerações de transformar o mundo para melhor
Sei da responsabilidade que tenho nas minhas mãos com relação a um fazer pedagógico, criador e libertador, sendo humilde para reconhecer-me como um eterno aprendiz, estando aberto à contribuição dos meus alunos, dos seus pais, dos meus colegas, etc.
Estou no caminho certo à medida que contribuo para que meu aluno seja o gestor e o co-responsável por sua aprendizagem; que sou coerente com meu discurso e minha ação, envolvendo-me na realização de projetos colaborativos e interdisciplinares, respeitando a cultura, o conhecimento, o ritmo e os anseios de meu educando.
Acredito numa Educação como um processo emancipatório e cidadão, numa dimensão sócio-política-epistemológica.

domingo, 25 de outubro de 2009

NOSSO PROJETO "CONSTRUINDO UM MINHOCÁRIO" APRESENTADO NA FEIRA DE CIÊNCIAS DA ESCOLA








PROJETO DE CIÊNCIAS
DADOS DE IDENTIFICAÇÃO:

ESCOLA ESTADUAL DE ENSINO FUNDAMENTAL PROFESSORA CLOTILDE ROSA
1º A 5º ANO

DIRETORA ROSIRIS MAGNO

RUA GENERAL OSÓRIO, 511, SALGADO FILHO, PDA 79, GRAVATAÍ, RS

FONE 34885353

2º ANO- TURMA 229- MANHÃ

PROFESSORA ROSELAINE DA MOTA ZANETTE




"CONSTRUINDO UM MINHOCÁRIO"
OBJETIVOS:
*DESCOBRIR A IMPORTÂNCIA DAS MINHOCAS NO MEIO AMBIENTE;
*CONHECER SOBRE A VIDA DAS MINHOCAS;
DURAÇÃO:
14 A 24 de outubro
MATERIAL NECESSÁRIO:
*garrafa pet de 2 litros, lisa e transparente com o gargalo cortado;
*terra escura preta (de jardim);
*terra de cor mais clara, pode ser areia;
*esterco;
*carvão ativado;
*folhas secas;
*pó de giz branco;
*1 pedaço de tule ou de tela de náilon, bem flexível, de espessura fina;
*1 par de luvas plásticas ou de silicone, já usadas, mas inteira para que a criança possa manusear o material sem contaminar-se;
*1 saco de lixo preto e pequeno;
*5 minhocas vivas.
MODO DE PREPARO DO MINHOCÁRIO:
Colocamos no fundo da garrafa pet um grossa camada de terra preta( de jardim), alternando uma camada de terra clara, depois pó de giz, pó de carvão ativada.
Recomeçamos o processo novamente até enchê-la.
Regamos a mistura, mas sem encharcá-la, apenas umedecendo-a.
Soltamos as minhocas na última camada, de baixo para cima.
Fechamos a abertura com a tela de náilon e um atilho.
Envolvemos o minhocário, menos a sua abertura superior, com o saco de lixo preto.
Colocamo-lo num lugar que não batesse sol direto, num canto da dispensa da escola, deixamo-lo ali sem mexer, durante 1 semana.
HIPÓTESES LEVANTADAS PELOS ALUNOS:
*As minhocas vão encher o minhocário com filhotes e os filhotes vão morrer porque não terá lugar para todas. (Weslem -8 anos)
*As minhocas vão morrer no escuro. (Henrique- 6 anos)
*Não vão morrer não, pois vai entrar ar por cima.(Bruno- 7 anos)
*Elas gostam de comer terra e vão abrir caverninhas dentro da terra como na história da "Lucinda, a minhoca gulosa". (Paloma- 8 anos)
*As minhocas vão se engasgar com giz. (Laís- 7 anos)
PROVOCAÇÕES DA PROFESSORA :
*Por que foi preciso envolver o minhocário com saco de lixo preto? Por que não usamos outra cor mais clarinha?
*Por que não colocamos o minhocário num local que bata sol direto nele?
*O que aconteceria se encharcássemos o minhocário de água?
*O que acontecerá com o minhocário após 1 semana?
*Uma semana é um tempo suficiente parapara vermos o que acontecerá com nossas minhocas em seus minhocários?
ACONTECIMENTOS RELEVANTES DURANTE A REALIZAÇÃO DO PROJETO:
Os alunos mostraram-se excitados em realizar o minhocário. A mãe de um deles disse-me que seu filho não dormira na noite anterior, de tão ansioso. Poucos alunos não compareceram a aula nesse dia: "Minha mãe disse para eu ficar em casa, ela não sabia onde comprar o material." (Material que foi pedido com uma semana de antecedência)
Os que tinham material pediram ajuda aos que não o tinham para fazer o seu minhocário.
A Diretora da Escola incentivou-nos muito: comprou-nos o carvão ativado, cedeu-nos o tanto de giz branco de que precisaríamos, permitiu-nos que realizássemos a construção do minhocário na pracinha, pois não era nosso "Dia de Pracinha"(Fizemos uma troca de dia com a professora da outra turma), arrumou-nos, através do Sr Olmiro, Auxiliar de Serviços Gerais da Escola, o local para colocarmos os terrários.
Os alunos estavam ansiosos para abrí-los.
Os pais colaboraram sensivelmente com nosso projeto, contribuindo com pesquisas feitas no computador sobre as minhocas, prestigiando nossa apresentação na Feira de Ciências realizada na Escola no dia 24 de outubro.
PROCEDIMENTOS, ENQUANTO ESPERÁVAMOS ANSIOSAMENTE A PASSAGEM DA SEMANA:
*Leituras na internet sobre as minhocas;
*Leitura em livros;
*Construção de um texto coletivo sobre todas as descobertas que fizemos sobre as minhocas.
APÓS O PRAZO DE UMA SEMANA, CADA UM PEGOU O SEU MINHOCÁRIO, OBSERVOU-O, DEPOIS DE RETIRAREM OS SACOS DE LIXO PRETO DE SUA VOLTA.
COLOCARAM ORALMENTE O QUE OBSERVARAM E ESCREVERAM SUAS OBSERVAÇÕES. LOGO APÓS, SOCIALIZARAM SUAS PRODUÇÕES TEXTUAIS.
ORIENTEI-OS NA CONSTRUÇÃO DA CONCLUSÃO COLETIVA PARA O PROJETO, PROCURANDO MANTER A ORIGINALIDADE DE SEU VOCABULÁRIO.
TORNAMOS A REVESTÍ-LOS COM SACO PRETO, DEPOIS DE UMEDECÊ-LOS NOVAMENTE, COLOCANDO-OS NO MESMO LUGAR ONDE ESTAVAM ATÉ A APRESENTAÇÃO DE NOSSO PROJETO NA FEIRA DE CIÊNCIAS, QUE ACONTECEU NO DIA 24 DE OUTUBRO, SÁBADO PELA MANHÃ.
A FEIRA FOI PRESTIGIADA PELOS PAIS, PELA COMUNIDADE E PELOS ALUNOS DA ESCOLA.
CADA ALUNO LEVOU SEU MINHOCÁRIO PARA CASA AO TERMINAR A FEIRA, DEVOLVENDO AS MINHOCAS PARA A NATUREZA.
A APRESENTAÇÃO DOS MEUS ALUNOS FOI UM SUCESSO.
O SLIDESHOW QUE ESTÁ POSTADO MOSTRA AS FOTOS DO DIA EM QUE ABRIMOS OS MINHOCÁRIOS PARA CONCLUIR NOSSO PROJETO E AS FOTOS REFERENTES À APRESENTAÇÃO DO MESMO.
CONCLUSÃO COLETIVA:
As minhocas comem a terra , assim vão furando-a formando túneis subterrâneos (galerias). Esses tuneizinhos ajudam a água da chuva e o ar (oxigênio) a entrar na terra, evitando que o encharcamento das águas da chuva apodreça as raízes das plantinhas.
As minhocas se alimentam de terra e da matéria orgânica (cascas de fruta, folhas secas, galhos secos) que essa terra possui. Depois ela expele pelo seu ânus (Aparelho Excretor) a maioria daquilo que comeu em forma de húmus.
O húmus é o adubo orgânico de melhor qualidade para o crescimento e para a saúde das plantinhas.
Por isso as minhocas são tão importantes para a agricultura, para que tenhamos um solo fértil e de boa qualidade para a vida dos vegetais.
Elas são importantes também para a nossa vida, porque precisamos das plantas para nos alimentarmos. As plantas também soltam oxigênio para que possamos respirar ar puro.

POSTAGEM EM CONSTRUÇÃO

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

slideshow - Construindo um minhocário










Era uma bela manhã do dia 14 de outubro: sol, temperatura amena, o material solicitado às famílias para a construção do minhocário fora trazido pela maioria dos alunos da turma 229.
Pedimos permissão à Diretora da Escola, já que não era nosso horário de “Pracinha”, para realizarmos a construção de nosso minhocário nesse ambiente, pois era um ambiente ao ar livre, cheio de verde. Lá temos canos de cimento repletos de compostagem, terra adubada e muitas minhocas. Favoreceu, assim, nossa atividade científica, quando nos faltou algum material necessário.
A permissão nos foi concedida, após alguns acertos. E, por incrível que pareça, passamos a manhã envolvidos nessa construção. Paramos somente para a higiene, para o lanche e recreio.
Ao procurarmos algumas minhocas na compostagem da pracinha, as crianças quiseram observar e manusear seu corpo. Alguns cheiraram as minhocas e, na sua maioria, não gostaram do seu cheiro.
Pediram-me para abrirem umas minhocas para conhecerem como eram por dentro. Concenti-lo, mas afirmando-lhes que tudo isso era em prol da Ciência e do nosso conhecimento. Não machucaríamos as minhocas por machucá-las. Tínhamos objetivos muito curiosos e relevantes para nossa aprendizagem. Uns disseram: “Coitadinhas!” Outros: “Será que doeu nelas?”
Seguiram passo a passo a construção do minhocário e chegaram à conclusões importantes: “As minhocas tem seu corpo dividido por aneizinhos.” Cada uma tem um anelão mais largo.” “Elas são diferentes das cobras.” “ Elas não têm ossos.” “ Elas têm uma melequinha dentro do corpo delas.” Eu achei que as minhocas são fedidas.” “Elas são rápidas para entrarem dentro da terra para se esconder da gente.” “Claro, né, para elas nós somos monstros muito feios.” “Feias são elas e a mãe delas...” E assim por diante. Um show! A Orientadora Educacional da Escola tirava as fotos enquanto trabalhávamos.
Como construímos nosso minhocário:


1-Colocar, no fundo do recipiente, uma camada de aproximadamente 2 cm de terra escura. Em seguida, acrescentar, com a mesma espessura, uma camada dos outros materiais na seguinte ordem: pó de giz, areia e esterco.
2-Repita estas camadas até encher o vidro.
3-Acrescentar folhas mortas.
4- Colocar, cuidadosamente, meio copo de água pelo centro da garrafa - para não desmanchar as camadas;
5-Depositar 5 minhocas as minhocas;
6-Fechar o vidro com tela de náilon ou tule;
7-Cobrir ao redor com o material escuro;
8- Deixar o recipiente em local onde não receba luz direta do Sol.

Após terminarem a construção dos minhocários, pousaram para mais fotos, já em sala de aula. Depois colocaram suas construções em local sem luz direta na própria escola para fazermos nossas observações durante o período da experiência.

Logo, logo postarei o Projeto de Ciências e a apresentação na Feira de Ciências da Escola.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Projeto, integração, interdisciplinaridade

ESCOLA ESTADUAL PROFESSORA CLOTILDE ROSA
RUA GENERAL OSÓRIO, 511 – PARADA 79 – BAIRRO SALGADO FILHO
GRAVATAÍ – RS
DIRETORA ROSIRIS MAGNO
PROFESSORA ROSELAINE DA MOTA ZANETTE
TURMA 229 – SEGUNDO ANO – TURNO DA MANHÃ



PROJETO “APRENDENDO SOBRE AS MINHOCAS”
DE 9 DE ATÉ 24 DE OUTUBRO/ 2009

JUSTIFICATIVA:
ESSA TURMA DE 2º ANO, TAMBÉM, FOI MINHA NO 1º ANO COM ALGUMAS EXCESSÕES DE ALUNOS QUE FORAM TRANSFERIDOS E DE ALUNOS QUE FORAM ADIDOS DURANDTE O ANO LETIVO.
NO ANO QUE SE PASSOU, REALIZAMOS UM PROJETO QUE RESULTOU NA CONSTRUÇÃO DE UM TERRÁRIO E QUE APRESENTAMOS NA FEIRA DE CIÊNCIAS E TAMBÉM NUM LIVRO DE AUTORIA DA TURMA QUE FEZ PARTE DE NOSSOS LIVROS NA FEIRA DO LIVRO DA ESCOLA.
ELES QUERIAM REALIZAR OUTRO PROJETO DE CIÊNCIAS QUE RESULTASSE EM MUITAS APRENDIZAGENS, PORQUE APRENDERAM MUITO COM O TERRÁRIO.
MONTEI, ENTÃO ESSE PROJETO PENSANDO NAS APRENDIZAGENS DOS ALUNOS, NA FEIRA DE CIÊNCIAS QUE ACONTECERÁ NA ESCOLA, NA QUESTÃO AMBIENTAL QUE TRABALHAMOS EM TODA A ESCOLA DURANTE O ANO TODO E NA AVERSÃO QUE MEUS ALUNOS APRESENTARAM EM RELAÇÃO ÀS MINHOCAS AO LEREM O TEXTO RECREATIVO "A PESCARIA COM O VOVÔ PEDRO", DE ÂNGELA POLIANA DA SILVEIRA. MUITAS CRIANÇAS TRAZEM ESSE PRECONCEITO COM AS MINHOCAS SEM CONHECER SEU PAPEL IMPORTANTE NA AGRICULTURA, ISTO É, NA VIDA DAS PLANTAS, NA FERTILIDADE DO SOLO.
JUSTIFICO ASSIM A CRIAÇÃO DESSE PROJETO.



OBJETIVOS:




-PROMOVER UM AMBIENTE LÚDICO QUE MEXA COM A CRIATIVIDADE E A IMAGINAÇÃO DOS ALUNOS, TANTO NOS TEXTOS E LIVRINHOS, COMO NAS OUTRAS ATIVIDADES PROPOSTAS.

-INCENTIVAR A ESCRITA DE SUAS IDÉIAS E OPINIÕES (PRODUÇÃO TEXTUAL), BEM COMO A VONTADE DE EXPOR SEUS DESENHOS E PRODUÇÕES TEXTUAIS NOS MURAIS E PAINÉIS NA SALA E NOS CORREDORES DA ESCOLA.

-DESENVOLVER TAREFAS QUE CONTRIBUAM COM A LEITURA, A ESCRITA CORRETA DAS PALAVRAS E COM A ESTRUTURA FRASAL.

-OPORTUNIZAR ATIVIDADES QUE DESENVOLVAM SEU PENSAMENTO LÓGICO-MATEMÁTICO, A COMPREENSÃO DA SEQUÊNCIA NUMÉRICA ATÉ 50, DOS SEUS NÚMEROS ANTECESSORES E SUCESSORES E A LEITURA DESSES NUMERAIS.

-FOMENTAR A VONTADE DE DESENVOLVER UM PROJETO DE CIÊNCIAS SOBRE A IMPORTÂNCIA DAS MINHOCAS NO AMBIENTE, SUAS CARACTERÍSTICAS E PECULIARIDADES: COMO SÃO, ONDE MORAM, DO QUE SE ALIMENTAM, ETC.

-ENVOLVER AS FAMÍLIAS E A ESCOLA NESSA APRENDIZAGEM.
CONTEÚDOS:


LEITURA SILENCIOSA; LEITURA ORAL; PONTUAÇÃO E A EMOÇÃO DO TEXTO; LETRA CURSIVA; ORTOGRAFIA; PRODUÇÃO TEXTUAL; QUESTINAMENTOS REFLEXIVOS E ARGUMENTATIVOS; CONHECIMENTO SOBRE AS MINHOCAS E SUA IMPORTÂNCIA PARA O MEIO AMBIENTE; ADIÇÕES E SUBTRAÇÕES COM DEZENAS E UNIDADES NA MESMA OPERAÇÃO; NUMERAIS: LEITURA, COMPOSIÇÃO E DECOMPOSIÇÃO ATÉ 50; SEQUÊNCIA NUMÉRICA,...
RECURSOS:

TEXTO RECREATIVO "DINHA, A MINHOQUINHA", LIVRO DE LITERATURA INFANTIL "LUCINDA, A MINHOCA GULOSA"; DVD "BARRY E A BANDA DAS MINHOCAS"; PESQUISA NO COMPUTADOR DO TELECENTRO DA ESCOLA; FOLHAS MIMIOGRAFADAS E XEROCADAS, FOLHAS DE DESENHO (MAIS GROSSINHAS) ; MATERIAL DE USO COMUM.


METODOLOGIA:



1º DIA:

* MOTIVANDO ÀS CRIANÇAS PARA A LEITURA DO TEXTO RECREATIVO:


DINHA, A MINHOQUINHA


DINHA É O NOME DA MINHOQUINHA.
ELA PEGOU SUA CESTINHA ROSINHA E SAIU PELA ESTRADINHA.
DINHA QUERIA VENDER AS FRUTINHAS QUE COLHEU À TARDINHA.
ANDOU, SORRIU,CANSOU, MAS VENDEU SUAS FRUTINHAS.
VOLTOU PARA A SUA TOQUINHA COM A SUA CESTINHA CHEIA DE MOEDINHAS, PENSANDO:
-OBA! QUE BOM! AGORA, POSSO COMPRAR MEU VESTIDINHO DE RENDINHA!



*ESCREVENDO AS PALAVRAS DO TEXTO COM LETRA IMPRENSA.

*EXPLORANDO ORALMENTE E POR ESCRITO A ORTOGRAFIA DO TEXTO: NH, CH, LH, QUI.

*EDUCAÇÃO FÍSICA: BOLICHE DE GARRAFAS DE LEITE COM AS DIFICULDADES ORTOGRÁFICAS DO TEXTO; CORRIDA ENTRE FILAS: COLANDO NO PAINEL AS PALAVRAS DO TEXTO ABAIXO DE SUA DIFICULDADE ORTOGRÁFICA; CAPITÃO MANDA; MORTO/VIVO; PASSARINHOS VOADORES.

*ILUSTRANDO E COLORINDO O TEXTO TRABALHADO.



2º DIA:

*RETOMADA DA LEITURA ORAL DO TEXTO “DINHA, A MINHOQUINHA”.

*ESCREVENDO PALAVRAS DO TEXTO COM LETRA CURSIVA.

*INVENTANDO E ESCREVENDO INDIVIDUALMENTE UM OUTRO FINAL PARA O TEXTO.

*ILUSTRANDO E COLORINDO O FINAL QUE CRIOU.

*DITADO DAS PALAVRAS DO TEXTO COM AS DIFICULDADES ORTOGRÁFICAS JÁ ESTUDADAS.

*HISTÓRIAS MATEMÁTICAS DE ADIÇÃO E DE SUBTRAÇÃO ENVOLVENDO O TEXTO, POR EXEMPLO: “DINHA TINHA 47 MOEDINHAS. FOI À UMA LOJA E COMPROU UM VESTIDO COM 15 MOEDINHAS. QUANTAS MOEDINHAS SOBRARAM PARA DINHA?” “DINHA VENDEU 20 LARANJAS, 14 BERGAMOTAS E 5 MAÇÃS. ELA VENDEU UM TOTAL DE ......... FRUTAS.”

3º DIA:

*RETOMADA DA LEITURA ORAL DO TEXTO “DINHA, A MINHOQINHA”, TRABALHANDO ORAL E DIRIGIDAMENTE A PONTUAÇÃO E A EMOÇÃO DO TEXTO COM A CONTRIBUIÇÃO EFETIVA DA TURMA.

*COLANDO NUM PAINEL AS ILUSTRAÇÕES E O TEXTO DOS NOVOS FINAIS CRIADOS PELOS ALUNOS NA AULA ANTERIOR, PARA A EXPOSIÇÃO NO MURAL DA ESCOLA.

*COMEÇANDO A INTERPRETAÇÃO DO TEXTO.

*NUMERAIS: ANTECESSOR, SUCESSOR, LEITURA DE NUMERAIS ATÉ 50, SEQUÊNCIA NUMÉRICA.




4º DIA:

*RETOMADA DA LEITURA ORAL DO TEXTO.

*DISTRIBUINDO FICHAS COM PALAVRAS DO TEXTO PARA QUE CADA CRIANÇA ESCOLHA QUATRO PARA COM ELAS CRIAR UMA FRASE COM CADA UMA.

*CHAMANDO A ATENÇÃO DE TODOS PARA A SEPARAÇÃO DAS PALAVRAS DAS FRASES COM UM PEQUENO ESPAÇO E A NECESSIDADE DE PONTUÁ-LAS.

*CONTINUANDO COM ATIVIDADES DE INTERPRETAÇÃO: “DINHA, A MINHOQUINHA”

*TRABALHANDO COM PALITOS AMARELOS (UNIDADES) E PALITOS AZUIS (DEZENAS) A ORDEM DOS NUMERAIS ATÉ 50.

*EDUCAÇÃO FÍSICA: COMPETIÇÕES ENTRE FILAS COM BOLA; “GAIOLAS LOUCAS”; “SALADA DE FRUTA”; “CAÇADOR”; “CAPITÃO MANDA” ( FAZENDO EM CÂMERA LENTA)


5º DIA:

*FILME “BARRY E A BANDA DAS MINHOCAS”.

*DEBATENDO SOBRE O FILME E A OPINIÃO DE CADA CRIANÇA SOBRE AS MINHOCAS E COMO ERAM VISTAS E MENOSPREZADAS PELOS OUTROS INVERTEBRADOS.

*PARTINDO DO SEGUINTE QUESTIONAMENTO: “SERÁ QUE AS MINHOCAS SÃO BICHINHOS INÚTEIS QUE NÃO SERVEM PARA NADA COMO DIZIAM OS ANIMAIZINHOS DO FILME?” (ANOTANDO ALGUMAS IDÉIAS NO QUADRO). ESCREVENDO EM FICHAS SUAS PRÓPRIAS OPINIÕES HIPOTÉTICAS PARA EXPOR NUM CARTAZ EM AULA.



6º DIA:


*HORA DO CONTO “LUCINDA, A MINHOCA GULOSA”, DE NAIARA MATTAR ARAÚJO : UMA OUTRA HISTORINHA MOSTRANDO UM LADO MAIS REALISTA DA VIDA DAS MINHOCAS E SUAS UTILIDADES MESMO QUE MANTENDO A LUDICIDADE DO CONTO INFANTIL.

*PESQUISANDO NO GOOGLE SOBRE A VIDA DAS MINHOCAS, DESCOBRIMOS SOBRE A CONSTRUÇÃO DE UM MINHOCÁRIO. TODOS ESTAVAM CHEIOS DE VONTADE DE CONSTRUÍ-LO PARA VER O QUE ACONTECERIA.

*COMBINANDO COMO TORNARÍAMOS POSSÍVEL ESSA ATIVIDADE: COLETA DE MATERIAIS COM A AJUDA DOS PAIS, DANDO-LHES TEMPO PARA CONSEGUÍ-LOS E ORGANIZÁ-LOS PARA QUE REALIZÁSSEMOS ESSA ATIVIDADE NA ESCOLA. DECIDIMOS QUE EU FARIA NO COMPUTADOR A LISTA DO MATERIAL QUE PRECISARÍAMOS PARA ENVIAR AOS PAIS COM UMA SEMANA DE ANTECEDÊNCIA.



7º DIA:

*O MINHOCÁRIO SERIA NOSSO EXPERIMENTO PARA DESCOBRIRMOS ALGUMAS COISAS SOBRE A VIDA DAS MINHOCAS. SERIA NOSSO PROJETO PARA A NOSSA FEIRA DE CIÊNCIAS, QUE ACONTECERÁ NO DIA 24 DE OUTUBRO.

*ENVIANDO UM BILHETE PARA OS PAIS SOLICITANDO O MATERIAL QUE NECESSITAMOS PARA A CONSTRUÇÃO DO MINHOCÁRIO:

“SENHORES PAIS, PRECISAMOS PARA QUARTA-FEIRA, DIA 14 DE OUTUBRO, DO SEGUINTE MATERIAL PARA CADA UM CONSTRUIR SEU MINHOCÁRIO EM AULA:

-GARRAFA PET BRANCA (TRANSPARENTE) DE DOIS LITROS;
-TERRA ESCURA DE JARDIM;
-TERRA DE OUTRA COR, PODENDO SER AREIA;
-ESTERCO;
-UM PEDAÇO DE TULE OU DE TELA DE NÁILON BEM FLEXÍVEL TIPO DESSAS QUE SE USA NAS JANELAS PARA EVITAR A ENTRADA DE MOSQUITOS;
-UM SACO DE LIXO PRETO PEQUENO E RESISTENTE;
-UM PAR DE LUVAS PLÁSTICAS OU DE SILICONE, SEM FUROS PARA QUE AS CRIANÇAS POSSAM MANUSEAR TODO O MATERIAL SEM UMA PROVÁVEL CONTAMINAÇÃO.


A ESCOLA ENCARREGAR-SE-Á DO CARVÃO ATIVADO, DO PÓ DE GIZ BRANCO E DOS ATILHOS DE BORRACHA QUE TAMBÉM USAREMOS NESSA ATIVIDADE DE EXPERIMENTAÇÃO.”

AGRADECEMOS DESDE JÁ .
TURMA 229"

AVALIAÇÃO
VERIFICAREI AS APRENDIZAGENS E DIFICULDADES DE MEUS ALUNOS ACOMPANHANDO DE PERTO SUAS PRODUÇÕES, ESTANDO ATENTA QUANDO DEVO INTERVIR PARA AJUDÁ-LOS A BUSCAR SOLUÇÕES PARA AS SUAS DÚVIDAS, ANOTANDO OS CAMINHOS QUE TIVEMOS QUE MUDAR AO LONGO DO PROJETO PARA TORNÁ-LO MAIS SIGNIFICATIVO E EMPOLGANTE PARA AS CRIANÇAS.
HAVERÁ UM MOMENTO PARA QUE OS ALUNOS FAÇAM SUA AVALIAÇÃO SOBRE AS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS, RELATANDO OS PONTOS POSITIVOS E NEGATIVOS QUE PERCEBERAM AO LONGO DO PROJETO E O QUE PODERIA SER MELHORADO.
OBSERVAÇÕES:
OS CONTEÚDOS: LEITURA, INTERPRETAÇÃO, ESTRUTURA FRASAL, PRODUÇÃO TEXTUAL, ORTOGRAFIA DO TEXTO, ADIÇÃO, SUBTRAÇÃO, RESOLUÇÃO DE HISTÓRIAS MATEMÁTICAS, NUMERAIS ESTAVAM SENDO REALIMENTADOS. NENHUM DELES ERA CONTEÚDO INTRODUZIDO NESSE PROJETO. ERAM INTRODUTÓRIOS OS CONTEÚDOS QUE DIZEM RESPEITO ÀS MINHOCAS.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Currículo Integrado: Uma porta aberta para uma escola democrática

Todo o educador, compromissado com uma sociedade democrática, justa e igualitária, deve promover uma pedagogia desprovida de segregação religiosa, cultural, étnica, ideológica, de gênero, de orientação sexual, de tudo aquilo que mine a solidariedade e o coletivo social, em suma, a democracia.
Devemos em nossa sala de aula abrir espaço para o debate democrático, para a manifestação de todos os pontos de vista e, por que não, dos conflitos saudáveis e enriquecedores, promovendo uma análise crítica sobre o cotidiano onde todos: alunos, pais, professores e funcionários estamos inseridos, para que consigamos incentivar e exercitar às novas gerações a reinventar esse cotidiano, essa realidade.
Presencio uma assustadora falta de investimento na educação pública, bem como uma incompetente gerência desse investimento, quando ele existe.
Exemplifico como pontos cruciais e importantes para uma escola democrática e de qualidade: investimento na formação continuada dos professores; na informatização de todas as escolas, bem como o acesso dos alunos a essas Tecnologias; no abastecimento de suas bibliotecas; na modernização de seu espaço físico que permita o acesso de todos.
Surge dessas angústias, das injustiças cometidas com o nosso povo, em nome da dominação e do bem viver de poucos, a necessidade de cada educandário discutir, refletir e construir o valor do coletivo, da diversidade, da dignidade e da qualidade de vida do povo brasileiro.
Isso é possível no currículo que desenvolvemos em nossas escolas? Esse currículo, incoscientemente, não está colaborando com a segregação e para a exclusão social? Nega a força do coletivo social, perpetuando o controle e a submissão popular?
O currículo é a vida, o norte de todas as escolas e tem o dever social de fomentar a solidariedade em relação aos menos favorecidos. Então, como se poderia usar o Currículo Integrado para ajudar a promover a democratização da escola? Respondendo às necessidades de cada aluno, esculpindo na escola o verdadeiro perfil democrático, de equidade social que esteja permeado de respeito aos direitos humanos, sem discriminação.
Um currículo não pode estar truncado, limitado pois contraria o princípio de liberdade, de criatividade no ensinar e no aprender.
Continuo a questionar: A quem beneficia o currículo que obramos em nossas escolas? Que ideologias defendemos?
Para conjugarmos a verdadeira democracia em nosso Sistema Educacional, faz-se necessário a participação de todos os segmentos da escola na construção de seu PPP, onde o Currículo Integrado permite e viabiliza a autonomia, a responsabilidade, a solidadriedade, a interdisciplinaridade, o multiculturalismo artístico, cultural e educacional, autenticando a identidade dos alunos, de suas famílias, de seus professores, de cada escola, todos em seu contexto organizacional e social. Para que isso aconteça precisamos ser corajosos, ousados, verdadeitos e inovadores. Esse é o grande desafio: Não existe a construção coletiva de um Currículo Integrado sem que todos assumam seu papel dentro desse coletivo, na construção dessa desafiadora proposta.
Miguel Arroyo, em Prática Pedagógica e Currículo - Anais do VII ENDIPE, Florianópolis, 1996, pág.167/168, nos diz: "Primeiro ponto que pretendo destacar é que não elaboramos um projeto de cima para baixo. Partimos da prática pedagógica das escolas, passamos mais de meio ano mapeando as práticas significativas e descobrimos que há, na escola pública, uma prática transgressora, extremamente inovadora; (...) somos tímidos na flexibilização da escola. Não é suficiente pendurar flores nas grades curriculares como estamos fazendo, muitas vezes, com nossas reformas.Não adiantarão novos parâmetros se os currículos continuarem gradeados. A escola que temos é uma escola onde não fazemos o que somos capazes de fazer, onde a iniciativa pedagógica do profissional se sente entre grades."

domingo, 27 de setembro de 2009

Currículo Integrado

A verdadeira utilidade social do currículo integrado está em oportunizar aos educandos a compreensão da sociedade em que estão inseridos, desenvolvendo aptidões técnicas, científicas, intelectuais e sociais, que os permita viver nessa sociedade de forma autônoma, participativa, crítica, política e solidária. Essa mesma sociedade deve ser ouvida sobre a escola que deseja para seus filhos e para suas filhas.
Deve-se, em nossa prática pedagógica, respeitar os conhecimentos que o aluno traz de seu seio familiar e social, os seus interesses, ritmos e aptidões, promovendo sua participação e poder de decisão nas discussões e nos debates escolares, bem como na construção e reconstrução das regras disciplinares, "vinculando a sala de aula e a realidade social." (Arroyo-1994)
Permanecemos distantes da pedagogia da ação/reflexão/intervenção, onde o Currículo por Atividades passaria a ter significado concreto, coletivamente democrático e transformador.
Segundo Santomé (1998), o currículo integrado permite:
- trabalhar conteúdos culturais relevantes;
- abordar conteúdos que são objetos de atenção em várias áreas de conhecimento;
- levar a pensar interdisciplinarmente, criando hábitos intelectuais de levar em consideração diferentes possibilidades e pontos de vista;
- favorecer a visibilidade dos valores, ideologias e interesses presentes em todas as questões sociais e culturais, o que a organização do currículo por disciplinas dificulta perceber;
- favorecer o trabalho colegiado nas escolas, resgatando a idéia de "corpo docente";
- preparar para a mobilidade profissional futura;
- aumentar a probabilidade de surgimento de novas carreiras e especialidades;
-interdisciplinaridades - que permitam enfrentar novos problemas e desafios;
-estimular a análise de problemas concretos e reais e o conseqüente surgimento de pessoas criativas e inovadoras.
Sentimos a urgente necessidade de uma educação realmente comprometida com os valores democráticos, com a solidadriedade, com a crítica e a participação se quisermos, verdadeiramente, formarmos cidadãos e cidadãs capazes de enfrentar, ou melhor dizendo, capazes de acabar com a discriminação e com a exclusão social que tanto dividem e maltratam nossa nação.

sábado, 19 de setembro de 2009

Perfil do Professor da EJA

A EJA dá oportunidade aos jovens e aos adultos que não tiveram a oportunidade, por diversos motivos, de alfabetizarem-se ou de terminarem a Educação Básica no tempo adequado, mas possuindo sua cultura própria, seu próprio modo de enfrentar o cotidiano.
Os professores, que muitas vezes são lotados nessa modalidade de ensino, estão ali para fechar carga horária ou para completarem seu orçamento salarial, não apresentando um perfil adequado para a EJA.
Não é qualquer profissional que possui esse perfil, exigindo uma metodologia diferenciada de outras modalidades de ensino, bem como uma relação especial entre professor/aluno. Esse profissional deve ter consciência de que não é só erradicar o analfabetismo e nem somente oferecer um certificado de conclusão. Vai além disso. É preparar e formar o cidadão para o mercado de trabalho, para viver em sociedade com qualidade de vida.
Esse profissional da EJA deve estar preparado para lidar com as diferenças de comportamentos e necessidades do jovem e do adulto, pois uma prática de ensino pode ser eficiente para o adulto, mas ineficiente para o jovem e vice e versa, podendo ser uma das grandes causas do alto índice de evasão nessa modalidade de ensino, dentre outras.Deve explorar as relações sociais, as diversas culturas desses alunos.
"Para ser um ato de conhecimento o processo de alfabetização de adultos demanda, entre educadores e educandos, uma relação de autêntico diálogo. Nesta perspectiva, portanto, os alfabetizadores assumem desde o começo da ação, o papel de sujeitos criadores. Aprender a ler e escrever já não é, pois, memorizar sílabas, palavras ou frases, mas refletir criticamente sobre o próprio processo de ler e escrever e sobre o profundo significado da linguagem." (Paulo Freire)
A EJA é um espaço educacional muito importante para a inclusão desse jovem e desse adulto fruto das injustiças sociais e do descaso político e social.
Concluindo, a característica do Professor de EJA é, principalmente, ver essa modalidade de ensino como capaz de transformar significativamente a vida dessas pessoas, oportunizando-lhes reescrever sua história de vida. Precisa conhecer e compreender, sem arbitrariedades e preconceitos, seus alunos e suas realidades e dificuldades diárias, acreditando em suas potencialidades humanas, na busca de sua evolução pessoal, profissional e social, promovendo um ambiente prazeroso, crítico, dinâmico e participativo, repleto de interações entre aluno/aluno e entre professor/aluno.
Esse profissional da Educação capaz de identificar o potencial de cada pupilo, descartando de sua prática pedagógica métodos de ensino infantilizados e vazios, privilegiando a exposição de suas idéias, pontos de vista, sonhos, garantindo o processo de democratização e cidadania de educação para a EJA.
Para encerrar essa postagem, quero frisar a importância de uma formação competente e contínua desse professor, permeada dessa visão contemporânea e democrática quando se debate sobre a Educação de Jovens e Adultos Brasileiros.
“Alunos ou jovens evadidos ou excluídos da escola, antes do que portadores de trajetórias escolares truncadas, eles e elas carregam trajetórias perversas de exclusão social, vivenciam trajetórias de negação dos direitos mais básicos à vida, ao afeto, à alimentação, à moradia, ao trabalho e á sobrevivência. Negação até o direito de ser jovem. As trajetórias truncadas se tornam mais perversas porque se misturam com essas trajetórias humanas.
Se reforçam mutuamente. A EJA como política pública adquire uma nova configuração quando equacionada na abrangência das políticas públicas que vêm sendo exigidas por essa juventude.” (Arroyo, 2005, apud Soares,Giovanetti e Gomes, 2005,p. 24)
SITES PESQUISADOS

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

O olhar docente para os alunos da EJA


Os alunos da EJA originam-se de classes sociais menos favorecidas; na sua grande maioria trabalhadores; alguns desempregados; outros tantos sem a formação profissional que o mercado exige.

O professor, por sua vez, não conhece as modalidades educacionais vigentes na legislação brasileira, causando-lhe muitas dificuldades em adaptar-se à realidade que lhe é apresentada na prática docente e de integrá-la ao que foi estudado na universidade.

Falar sobre um educador da EJA é descrevê-lo como um profissional da educação que deve ultrapassar a idéia "Professor ensina e aluno aprende." Deve, como todo o professor, seja de alfabetização de crianças, seja da educação de pessoas com Necessidades Especiais, seja da Educação Infantil, ter interesse, dedicação, tempo para refletir e planejar. Principalmente, um educador que conheça a realidade e necesidades de seus alunos, porque sua função não é, simplesmente, ensinar conteúdos, mas oportunizar a criação, o pensamento, a criticidade, a autonomia, a cidadania de seus alunos e, certamente, o domínio dos conteúdos necessários para a sua formação.

Não existe uma receita perfeita para a construção do conhecimento, mas é necessário tentar, ousar, experimentar, porque os resultados falarão por si só. É importante que o educador da EJA esteja aberto aos seus pupilos, às suas histórias e vivências, aos seus pontos de vista, considerando-os o centro da educação.

Apesar de calejados, sofridos, temerosos, tímidos e excluídos merecem nosso respeito humano, nosso olhar carinhoso, inclusivo e a nossa reflexão:


*Que razões positivas os motivam a retornarem para a escola?

*Será que , inconscientemente, querem romper com a exclusão?

*Estariam desejando superar seus limites e vislumbrar um horizonte melhor? O Sol nasce para todos, não é verdade?


Referência:



segunda-feira, 7 de setembro de 2009

A contemporaneidade das idéias de Comênio








A didática é fundamental em nossa busca de práticas pedagógicas competentes e qualificadas que abrilhantarão nosso cotidiano docente, exigindo-nos: responsabilidade, sensibilidade, pesquisa, conhecimento da realidade de nosso aluno, respeito à sua infância e o desejo de mudar, de transformar a escola.

Falo de uma prática pedagógica consciente, transformadora, atualizada, significativa, questionadora, em permanente auto-avaliação.

Ao estudar sobre Comênio, no clássico DIDÁTICA MAGNA, deparo-me com sua contemporaneidade descortinada há mais ou menos 350 anos atrás, definindo a didática como "A ARTE DE ENSINAR", enfatizando a importância da fundamentação, da verdade e da escolha de uma trilha que atinja a todos:


"(...) ousamos prometer uma Didática Magna, isto é, um método universal de ensinar tudo a todos." (Comênio, 1957,p.45)


Essa expressão "metodo universal" nos fala de uma prática pedagógica que possibilite a construção do conhecimento para a diferença, para o aluno com necessidade especial, promovendo, consequentemente sua integração no cotidiano escolar? Esse "método universal" está vinculado ao multiculturalismo e à interdisciplinaridade?

São questões que me surgiram durante o estudo desse enfoque.

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

TEXTO ARGUMENTATIVO








Após nossa primeira aula presencial da Interdisciplina "Seminário Integrador VII" 2009/2, onde falamos sobre Texto Argumentativo e da importância das nossas produções textuais, tendo em vista a produção de nosso TCC para o segundo semestre de 2010, finalizando nossa graduação com chave de ouro, senti a necessidade de pesquisar na web sobre TEXTO ARGUMENTATIVO. Tentei resumir algumas idéias, resultantes de minhas leituras, que considerei relevantes para minha aprendizagem sobre esse assunto:


TEXTO ARGUMENTATIVO


Escrever ou falar sobre um tema não é apenas enviar uma mensagem e fazer com que nosso leitor/ouvinte a receba e a compreenda. Não é apenas o ato de transmitir idéias, informações. Tomamos a palavra escrita ou falada para que nosso leitor/ouvinte creia nela ou faça o que nela está proposto.
Comunicar, num TEXTO ARGUMENTATIVO, além de um “fazer saber”, é, também, “um fazer crer”, “fazer fazer”. A língua passa a ser, além de um instrumento de comunicação, uma forma de ação sobre as idéias das outras pessoas, isto é, uma estratégia de convencimento, de persuasão, de mudança de opinião.
Partindo-se desse pressuposto, TEXTO ARGUMENTATIVO é um texto onde defendemos uma idéia, um ponto de vista, uma opinião, uma TESE fazendo com que nosso leitor/ouvinte acredite nela, aceite-a.
Nele há três componentes: a TESE, os ARGUMENTOS, as ESTRATÉGIAS ARGUMENTATIVAS.
TESE é a idéia que o autor defende, devendo ser polêmica, implicando um debate, a divergência, o conflito de opiniões.
O termo ARGUMENTO vem do latim “ARGUMENTUM”: “ARGU”= “fazer brilhar”, “iluminar”. É tudo que responde aos “por quês” da tese que está sendo defendida. Argumentar é persuadir RACIONALMENTE.
As ESTRATÉGIAS ARGUMENTATIVAS são todos os recursos verbais que o autor utiliza para envolver o leitor/ouvinte, para impressioná-lo, convencê-lo, gerando credibilidade. A CLAREZA é um exemplo de estratégia argumentativa porque se o leitor/ouvinte entende com clareza poderá dar credibilidade à proposta do autor. A clareza, portanto, não é um argumento, mas uma estratégia argumentativa.
Outra estratégia argumentativa é a LINGUAGEM FORMAL, em relação a um trabalho acadêmico, para se conseguir conquistar nosso ouvinte leitor. Outros exemplos de estratégias argumentativas: vários argumentos dispostos ao longo do texto, o ataque às fontes contrárias, a qualidade das fontes usadas pelo autor, quando o escritor/orador antecipa a argumentação do oponente respondendo-a (prolepses), a utilização das perguntas retóricas, etc.
São qualidades de um TEXTO ARGUMENTATIVO: rigor, clareza, objetividade, coerência, sequencialização, riqueza lexical.
A Riqueza Lexical constitui-se da diversidade de palavras e expressões que enriquecem, esclarecem e dão sentido ao texto.


A argumentação formal
A nomenclatura é de Othon Garcia, em sua obra "Comunicação em Prosa Moderna". O autor, na mencionada obra, apresenta o seguinte plano-padrão para o que chama de argumentação formal:
Proposição (tese): afirmativa suficientemente definida e limitada; não deve conter em si mesma nenhum argumento.
Análise da proposição ou tese: definição do sentido da proposição ou de alguns de seus termos, a fim de evitar mal-entendidos.
Formulação de argumentos: fatos, exemplos, dados estatísticos, testemunhos, etc.
Conclusão.


SITES PESQUISADOS:


http://www.pucrs.br/gpt/argumentativo.php

http://www.scribd.com/doc/2683260/Texto-argumentativo


http://www.dicio.com.br/dicionario/




terça-feira, 30 de junho de 2009

Prováveis causas da indisciplina escolar











Primeiramente, antes de qualquer achismo, preconceito ou julgamento precipitado, deve-se analisar qual é a nascente da indisciplina de um aluno, verificando: seu meio familiar, seu eu emocional, sua escola, seu meio social, suas experiências de vida.
Muitas vezes esse aluno é indisciplinado para chamar a atenção daqueles que estão ao seu redor: "Eu existo." "Ouçam-me!" "Preciso de atenção." "Ajudem-me". Assim sendo, a indisciplina pode ser uma forma humana e eloquente de expressão.
A escola deve ver seus alunos, crianças e adolescentes, como criaturas cheias de energia, de movimento e de emoção. Portanto, deve ter espaços adequados para que esses alunos possam movimentar-se, soltar seus "bichos", gastar sua energia, externar suas emoções; onde possam gritar, correr, pular, dançar, sentir-se gente. É cruel, em minha opinião, mantê-los somente nos limites da sala de aula, à nossa mercê.
A indisciplina cresce na mesma proporção em que valores humanos como respeito ao próximo, amor, solidariedade, importância da família, dos amigos, o valor da vida estão sendo ignorados. Uma criança criada num lar de violência, onde os pais não se respeitam, onde há também agressões verbais, onde é negligenciada, pode ter um comportamento apático ou indisciplinado na Escola. Não necessariamente por ser pobre, porque tudo isso também acontece em famílias com boa situação financeira.
Hoje, positivamente, coloca-se em pauta a seguinte questão nas reuniões de professores: “Que relação existe entre indisciplina e metodologia pedagógica?”. Surge uma conclusão relevante e que necessita de uma boa reflexão de cada Corpo Docente das escolas, cada um com suas particularidades. Muitos professores não levam em consideração em seu planejamento a realidade cultural e social que o aluno traz para a sala de aula, o que torna suas aulas sem significado para seus pupilos. Constituindo-se uma metodologia vazia, que não dialoga com o aluno, com suas vivências, angústias e necessidades. Os alunos sentem-se fora do mundo da escola, como se fossem alienígenas, para não dizer, como se fossem ignorados, rejeitados, sem importância. Suas experiências parecem não fazer parte do mundo elaborado pela escola.
Daí, a importância de um projeto pedagógico que vá de encontro às suas necessidades, à suas angústias, que resgate seu interesse, que desenvolva o seu pensar crítico e autônomo, também, quanto à vida do outro, do coletivo, como sujeito que faz história, transformador da realidade onde está inserido, individual e universalmente.
Três aspectos que considero como prioritários para refletirmos no nosso Projeto de Aprendizagem: Construção coletiva de regras entre alunos e professor e a retomada das mesmas para reformulá-las e debatê-las sempre que se fizer necessário; estabelecimento de uma convivência respeitosa no tratamento entre professor/aluno, aluno/professor, aluno/aluno, funcionário/aluno, aluno/funcionário, professor/família, família/professor, comunidade/aluno, aluno/comunidade; promoção do afeto e da sensibilidade que são salutares nas relações humanas.

"... o professor com autoridade é também aquele que deixa transparecer as razões pelas quais a exerce: não por prazer, não por capricho, nem mesmo por interesses pessoais, mas por um compromisso genuíno com o processo pedagógico, ou seja, com a construção de sujeitos que, conhecendo a realidade, disponham-se a modificá-la em consonância com o projeto comum." (Luna, p.69-1991)

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Refletindo sobre disciplina escolar nos dias de hoje

A História nos mostra que a escola sofreu muitas transformações, muitas mudanças desde o autioritarismo exagerado de alguns professores até o excesso de liberdade oferecida por outros. Ambas posturas educacionais e pedagógicas que prejudicam o trabalho escolar, seu fim maior, a construção do conhecimento. Muitas vezes, é aí que se esconde a nascente da indiscilina escolar.
É inadmissível que em pleno Século XXI, na era das Tecnologias da Informação e da Comunicação, da possibilidade de manifestarmos nossas vontades, dificuldades e desagrados, da luta pelos direitos humanos, as escolas ainda mantenham essa maneira obsoleta e ineficaz, centralizadora, autoritária, ditatorial de fazer educação.
A educação exige que as Instituições Escolares promovam o exercício da cidadania, o movimento, a troca, o debate em aula, a divergência de idéias e pontos de vista e a capacidade de chegarmos a um concenso para que professores, pais, alunos e funcionários manifestem suas opiniões, seu pensamento: questionando, sugerindo, participando, elaborando juntamente com a Administração Escolar as regras que devem permear e qualificar a convivência em aula.



Mas como obteremos mais disciplina em aula?



O diálogo, a construção coletiva de regras disciplinares ajudaria alunos e profesores, gradativamente, a assumí-la, tendo como parâmetro a necessária condição para o bom desenvolvimento da convivência social e da aprendizagem em aula.
"Amar e conhecer. Sustenta que a linguagem se fundamenta nas emoções e é a base para a convivência humana". (Maturana)



Precisamos seduzir nosso aluno, conquistar sua confiança, não com discursos bonitos, articulados e vazios, mas como um educador que facilite a expressão/manifestação/posição do aluno. Sendo um professor preocupado e comprometido com seu "povo", responsável e interessado em buscar novos caminhos para transformarem a escola que reforça a desigualdade social, étnica, religiosa, defendendo a escola popular, que ajude seu aluno a ser disciplinado. Só é disciplinado o ser humano que se sente valorizado, ouvido e necessário para mudar a sua realidade, que vive uma escola que lhe permite conhecer o mundo além dos muros escolares, uma escola que acredita na sua capacidade de pensar e agir eticamente na sua ação social e educacional, com propriedade, com ações e argumentos sólidos e amadurecidos sempre no coletivo.



"O professor deve ser como um maestro que rege os instrumentos ,

sabendo que cada um de seus alunos é diferente. Dessa forma,

consegue desenvolver as três habilidades fundamentais: cognitiva

(que é o conhecimento propriamente dito), social (que é essa

relação interpessoal, a visão social de mundo e a cidadania) e

afetiva (que é o emocional). Na dimensão afetiva, o aluno aprende a

ser equilibrado."(Chalita, 2005, p.24)















































































terça-feira, 26 de maio de 2009

Discussão na Escola sobre Educação Inclusiva

Na Reunião Pedagógica, que ocorreu ontem a noite na E. E. E. F. Professora Clotilde Rosa, onde atuo no Segundo Ano, com 24 alunos, no turno da manhã, sendo três considerados de Inclusão (Um aluno de 9 anos com Baixa Visão que recebi nesse ano; um aluno de 15 anos com Deficiência Mental Leve, advindo da Classe Especial, ano passado para o meu 1º Ano e um aluno que teve falta de oxigenação cerebral ao nascer por problemas cardíacos que o acometem, até hoje, aos 7 anos e não estando descartada a necessidade de Transplante, que também era meu aluno no 1º Ano) abriu-se uma série de estudos e discussões entre Equipe Gestora e Professoras sobre as Leis da Inclusão no Brasil e as mudanças que a escola deve promover para tornar-se verdadeiramente um espaço de Inclusão.
Após estudar partes importantes da legislação vigente, entramos em debate e chegamos a importantes conclusões, partindo de nossa realidade inclusiva e dos problemas que temos enfrentado em função de nossa falta de preparo, de conhecimento e de apoio.
Tentarei resumir o que foi dito, argumentado e as ações urgentes que podemos colocar em prática para que possam atender às nossas necessidades, a dos pais e a dos alunos especiais:

"A criança com Deficiência Mental apresenta dificuldade de construir seu conhecimento e de demonstrar sua capacidade cognitiva nas escolas que teimam em manter seu padrão conservador, elitista, homogêneo de currículo, de metodologia e de avaliação. Nossa escola não escapa dessa característica. Eis aí um dos motivos porque a Deficiência Mental mexa tanto com a estrutura escolar vigente, porque não reconhece e não aceita que a produção do conhecimento é uma conquista individualizada e singular em cada ser humano, principalmente, se lhe for proporcionado a convivência com outras crianças, com a diversidade, com a pluralidade escondida ou aparente em cada sujeito.
É gritante em nossa realidade ( a nível municipal) o crescimento do número de alunos rotulados Deficientes Mentais por não apresentarem um bom aproveitamento escolar; por não conseguirem seguir as "normas" e "modelos" da escola.
A culpa e as dificuldades são sempre do aluno. Será que é tão simples assim? Por que não colocarmos na "berlinda" as nossas práticas pedagógicas, nossos currículos lindamente construídos que estão tão longe das necessidades especiais e reais de nossos alunos, de suas visões de mundo, de sua cultura social e familiar? Construímos da mesma maneira o conhecimento de todos os sujeitos? Como mudarmos essa realidade? Como transformar a escola? Como avaliar nosso aluno enquanto sujeito único?
Mudar essa realidade exige pesquisa, estudos, conhecimento, boa vontade, "conflitos", "enfrentamentos", inovação, sensibilidade, movimento, cobranças de políticas públicas concretas e eficientes.
Os professores devem buscar a excelência de sua profissão: "Ser Pensador", "Ser estudioso", "Ser conhecedor", não para manipular e dominar os mais fracos, mas para promover uma eficiente e sólida educação para todos, para poder auxiliar as famílias nessa conquista e nessa busca e para enriquecer sua prática pedagógica, mesmo que cometa alguns tropeços na busca de melhorias, mas estando aberto a novos saberes.
Devemos ter consciência de que há coisas garantidas por lei que são negadas às crianças especiais e à escola enquanto Instituição Educacional, base de uma sociedade econômica, científica, social e politicamente bem estruturada ou nos são oferecidas precariamente, como, por exemplo, o Atendimento Educacional Especializado, que já é realidade dentro de algumas escolas brasileiras.
Outro ponto que colocamos em discussão: É humanamente possível para um professor atender com qualidade o número de alunos que temos em aula, cada um com suas dificuldades, com seus problemas emocionais, com suas carências afetivas e outras necessidades especiais? Será que somos tão poderosos, partindo do princípio que também temos nossas limitações, nossos problemas, nossas situações mal resolvidas? Ou o equilíbrio emocional, afetivo e profisional do professor não faz parte dessa adição? Nós, professores podemos ser excluídos?"
Na próxima Reunião Pedagógica, dia 8 de junho, das 18 às 20h 30 min, assistiremos aos vídeos oferecidos pela interdisciplina "Educação de Pessoas com Necessidades Educacionais Especiais", refletindo sobre eles e alguns textos pertinentes e coerentes com nossa linha de raciocínio e com nossos objetivos transformadores.
Sei que é apenas um começo, mas com certeza dará bons frutos.

domingo, 17 de maio de 2009

Conflitos morais do Professor William Hundert assistidos no filme "Clube do Imperador"









Muitos professores gostariam que sua prática pedagógica, sua postura ética e moral fossem além dos conteúdos a serem desenvolvidos, oportunizando aos seus alunos uma educação integral, não apenas na construção do seu conhecimento, mas na formação ética, moral e filosófica do seu caráter.
São capazes de tomar atitudes discutíveis e onipotentes para conseguir transformar os alunos em seres humanos felizes, dialógicos, capazes de respeitar e amar a sua vida e a do outro, obtendo satisfação em poder conviver em sociedade, percebendo o mundo onde está inserido, apaixonando-se pela luz do conhecimento e da sabedoria.
Estes educadores estão à procura de renovação, objetivando dar significado às suas aulas, carregando em sua excelência pedagógica e educacional essa insatisfação, esse inconformismo. Refletem sobre o cotidiano da escola e buscam soluções para os problemas que nele acontecem.
Ao assistir ao filme “O Clube do Imperador”, vi esse professor idealista e inconformado personificado no Professor William Hundert. É um conceituado, respeitado e apaixonado Professor de História Antiga. Estimulava seus alunos em conhecerem os grandes acontecimentos relativos aos generais e imperadores romanos e aos filósofos gregos.
Seus alunos pertenciam à elite americana, eram promissores e respondiam bem aos seus anseios, dando-lhe mais vontade em realizar um trabalho de qualidade. Mas o Sr. Hundert foi vítima de seu próprio idealismo ao deparar-se com Sedgewick Bell, o aluno arrogante, prepotente e desafiador, filho de um renomado Senador, que acabara de chegar à sua turma.
Os dois entram em conflito, principalmente porque Bell coloca em questão a sua metodologia e as regras da escola. É um aluno desinteressado, sem limites, que instiga os outros colegas à indisciplina.
Mas o educador começou a procurar meios de conquistá-lo, pois via nele um garoto inteligente e capaz. Estimulando-o a estudar começou a ver seu interesse e aplicação. O Professor, para continuar essa tarefa, passou por cima de regras éticas (um conflito moral) ao classificá-lo, desonestamente, para participar do “Clube do Imperador”, concurso anual da Escola, passando-o à frente do outro aluno que alcançou a classificação com mérito por seu conhecimento sobre o Império Romano. Queria, com essa atitude, fazer com que Bell se interessasse mais na busca do conhecimento. Não concordei com o fato de o professor ter dado a Bell a classificação que por direito e mérito pertencia a Martin Blythe, mesmo que a intenção do mestre fosse louvável. Hundert deu luz a quem não queria enxergar. Como já disse em outra ocasião: “Os fins não justificam os meios.”

“A verdade não está com os homens, mas entre os homens.” (Sócrates)

Sedgewick Bell traiu a confiança de seu professor ao trapacear durante o concurso. Ao colocar o fato ao Diretor da Escola, esse lhe diz que fingisse não ter notado. Constituiu-se aí outro conflito moral que feriu brutalmente a postura e as crenças desse professor.
William Hundert, diante da atitude inescrupulosa do aluno, não titubeou ao colocar uma questão que não constaria nas suas “colas”, acabando assim com a pretensão de Sedgewick ser coroado “Imperador Júlio César”, premiação máxima do concurso. Atitude corretíssima do professor em minha opinião. Se Hundert deixasse passar a trapaça de Bell nessa situação escolar e na revanche pedida pelo mesmo aluno vinte e cinco anos depois, quando também trapaceou, estaria alimentando a revoltante, egoísta e destrutiva cultura do “Primeiro eu, segundo eu, terceiro eu,”, o materialismo irracional, a corrupção desenfreada, o desrespeito aos direitos do coletivo, a desmoralização do cidadão, a negativa liderança que destrói uma sociedade promissora, o discurso vazio e demagogo.



"Minha intenção é só de resgatar o que tem de melhor no ser humano, através de meus filhos. Mas isto é o meu Ideal, e gostaria que todos tivessem um Ideal, que os elevassem, no status do caráter. Sei que a agressividade nas pessoas, é somente o medo. E vejo o medo, como ignorância e egoísmo. Concluindo, vejo que o mundo, precisa de pessoas mais altruístas e que pensem no que é melhor para os outros e não para si mesmo." - "Canana" - uma mãe no fórum da Nova Escola





A atitude corajosa e sábia do professor reforça a importância da virtude, da ética, da consciência, da verdade, da confiança, da coragem, do respeito e do conhecimento.
A mais corajosa atitude do Mestre foi ter assumido perante Blyte, vinte e cinco anos depois, que havia trapaceado, tirando-o da competição, quando esse lugar era seu de direito.
Uma das cenas mais emocionantes do filme: a entrada do filho de Blyte na turma de Hundert, mostrando que seu pai não havia perdido a confiança e a admiração que sentia pelo seu professor, mesmo sabendo do acontecido.

“Sob a direção de um sábio general, não haverá jamais soldados fracos.” (Sócrates)

Obtive um importante aprendizado com esse filme, enquanto professora, ser humano, mãe e cidadã: Mesmo que tenhamos um bom caráter, uma formação familiar repleta de valores éticos estamos sujeitos a deslizes, a erros por isso devemos diariamente estar atentos a essas situações cotidianas, bem como a sentimentos e ressentimentos que nos fazem, desonestamente, mudar o rumo da vida e da história do outro, colocando-nos em conflitos com nossas próprias crenças e com nossos valores morais. Há injustiças que cometemos com alunos, com amigos, com filhos que nos machucam, que nos enchem de culpa, mas, infelizmente, foram feitas, consumadas.
Não devemos ser adeptos dessa idéia: “Faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço”, isto é, meu discurso é um, mas minhas ações demonstram o contrário.



“Quem melhor conhece a verdade é mais capaz de mentir.” (Sócrates)





Nossas escolas estão cheias de alunos que estão ali buscando apenas a escolarização, sem nenhum objetivo de evoluir, de contribuir na construção de um mundo melhor. A Educação, nesses casos, torna-se inútil se não transforma, se não resulta mudanças.





"É a escola cidadã, que forma cidadãos conscientes e por inteiro, que na busca de sua felicidade pessoal sejam também integrados à comunidade em que vivem, capazes de pensar, associar idéias, inventar e interferir, sob as mais diversas maneiras, na estrutura da sociedade, a fim de melhorá-la !" - Vera Vaz