segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Não aprendi a dizer adeus, mas até qualquer dia...


"Nada lhe posso dar que já não existam em você mesmo. Não posso abrir-lhe outro mundo de imagens, além daquele que há em sua própria alma. Nada lhe posso dar a não ser a oportunidade, o impulso, a chave. Eu o ajudarei a tornar visível o seu próprio mundo, e isso é tudo." (Hermann Hesse)



O Curso de Graduação de Pedagogia, modalidade a Distância, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul foi fascinante e desafiador, possibilitando-me uma postura mais reflexiva e questionadora sobre o processo de ensino-aprendizagem. Muitos saberes caíram por terra e certezas provisórias surgiram relacionadas ao meu entendimento sobre a complexidade de educar e de aprender, envolvendo muitos aspectos: cognitivos, afetivos, culturais, sociais, políticos.
Não estou pronta. Apenas estou terminando minha graduação. Continuo um ser em constante aprendizagem, em constante evolução, em incessante busca.
O PEAD foi um curso muito bem planejado, organizado, composto de coordenadores, professores, tutores engajados e comprometidos com a construção do nosso conhecimento enquanto pessoas e trabalhadores em educação. Todos de uma maneira ou de outra contribuíram para a minha formação profissional e pessoal. Agradeço a todos.
Durante o curso dialoguei com excelentes autores, usufruí da colaboração dos meus colegas que me davam sempre um novo elemento, uma nova abordagem, um diferente ponto de vista. A todos, meu muito obrigada. Sei que contribuí com alguns; que falhei com outros tantos. Humildemente, peço-lhes perdão.
Essa postagem está repleta de emoção. Fica a sensação de que sentirei de tudo e de todos uma tremenda saudade e ao mesmo tempo da certeza do dever cumprido.
Acredito que nós professores e professoras temos que procurar uma formação continuada para o bem de nossos alunos e para bem de nosso país.
Obrigada, meu Deus por fazer parte da Família PEAD, Pólo de Gravataí.
"A alegria não chega apenas no encontro do achado, mas faz parte do processo de busca. E ensinar e aprender não pode dar-se fora da procura, fora da boniteza e da alegria." (Paulo Freire)

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Eixo VIII - Estágio/Tecnologias/ensino-aprendizagem

Quero, nesta postagem, relatar as conquistas que a turma 119 alcançou a partir de nossa ação pedagógica no ambiente informatizado da escola. Começo-a com partes de algumas reflexões semanais que escrevi durante o estágio supervisionado:

3ª semana: (...) "Nesta semana, fomos ao Laboratório de Informática. Percebi, que a maioria das crianças não dominava a tecnologia, isto é, não tinha acesso a ela em suas casas. Então “puxei o freio de mão.” Estávamos jogando com a "Turma da Mônica" ( memória, sete erros, trocar roupas, colorir,etc.) Vou com calma. Não quero frustrá-los. Sei que chegarei “lá”."
4ª semana:"A turma trabalhou com a edição eletrônica de seus nomes e dos nomes dos colegas no Laboratório de Informática (LI). Combinamos que nossa atividade primeira seria conhecer um pouco desse editor, depois poderiam jogar o que escolhessem. Estavam excitadíssimos para jogar nos computadores. Tenho uma aluna chamada Camille que sabe tudo de computador, mesmo não sabendo, ainda, ler e escrever. Está sempre me assessorando junto aos colegas quando estamos no LI. Ela é "MEU BRAÇO DIREITO".
Realimentei coisas básicas como: usar o teclado, o mouse, procurar e clicar nos comandos do editor de texto, a escrever seus nomes, de suas mães e o meu. Perguntei se queriam trocar o tamanho da letra? "Sim." Que tal trocar o tipo de letra? "Eba! Eba! Ensina prô!". Vamos trocar a cor? "Vamo, vamo, prô!" "Oh! Que lindo! Quero também!" " Não tô conseguindo... Me ajuda sora". "Não acho as cores do meu..."
Depois, jogaram o que escolheram. Alguns meninos montaram as partes de um robô, outros queriam colorir desenhos, Jogo de Sete erros da Turma da Mônica, corrida de automóveis, etc. As meninas preferiram pintar desenhos ou trocar roupas, maquiar ou arrumar os cabelos de bonecas."
Meus alunos, muitos deles, advindos da classe menos favorecida, ficaram maravilhados ao entrarem pela primeira vez no Laboratório de Informática da escola para trabalhar no computador. A maioria não sabia o que fazer, por onde começar.
Hoje, passados 9 meses desta primeira vez, por causa de nossa prática pedagógica, duas vezes na semana no LI realizando atividades contextualizadas com os conteúdos desenvolvidos na sala de aula, meus alunos apresentam uma certa intimidade com o computador. Sabem mexer no teclado, no mouse com certa autonomia, conhecem o google "É lá no google que eu acho o jogo que eu quero" (Denner, 7 anos); "Eu digito no google o que eu quero encontrar porque já sei ler e escrever"(Julia 7 anos).
Gostam muito de escrever no word, mudando fonte, cores, tipos de letras. "Eu sei escrever no word algumas palavras só que meu colega reclama que eu sou demorado."(Kévin, 6 anos)
Antes de irmos para o LI, preparo-os sobre a minha proposta, o que iremos realizar lá e por quê. Gosto que as atividades no computador sejam feitas em duplas o que está colaborando muito com a dificuldade que algumas crianças dessa idade ainda tem em compartilhar com os outros. No início, foi difícil, dava muita discussão, hoje esta prática de trabalhar de dois a dois está mais tranquila. Há momentos que eu permito que se juntem com o colega de sua escolha. Em outros eu escolho as duplas. Faço esta composição quando é necessário juntar crianças de personalidades diferentes ou com níveis de aprendizagem diferentes, onde uma pode colaborar com a aprendizagem da outra. Nas interações pessoais também se aprende.
Avançaremos mais se soubermos adaptar programas previstos às necessidades dos alunos, criando conexões com seu cotidiano(Moran, p.33)
É notória a autonomia dos meus alunos no LI, demonstram-se motivados com as atividades pedagógicas que lá realizamos. Aumentou a interação da turma, seu espírito colaborativo, por exemplo, quando um colega que não está naquela dupla apresenta dificuldade no computador que ele domina, prontamente levanta-se e vai ajudá-lo
Tenho claro comigo, que o uso pedagógico do computador na escola é um meio facilitador para a construção do conhecimento infantil, inserindo-os na realidade digital, principalmente, aqueles que não têm este acesso em casa. Desenvolvem habilidades cognitivas importantes: linguagem, comunicação, cooperação, raciocínio, enriquecimento do vocabulário, superação de desafios, autonomia, etc.
O desafio imposto aos docentes é mudar o eixo do ensinar para optar pelos caminhos que levem ao aprender. Na realidade, torna-se essencial que professores e alunos estejam num permanente processo de aprender a aprender. (Behrens, p.73)
Escolhi está temática no meu TCC, por vários motivos. Mas, cabe aqui salientar, o maior deles foi o fato de que com minhas leituras e estudos para o TCC, eu enriqueceria mais o meu conhecimento, a minha formação sobre as mídias e tecnologias digitais no processo de ensino aprendizagem. Necessito fundamentar mais meus conhecimentos sobre a informática educacional e suas mais novas abordagens na educação. Quanto mais eu me preparar para o uso educacional das TICs , mais estarei colaborando para que meu aluno usufrua dos benefícios pedagógicos proporcionados por elas como um professor facilitador/ mediador deste processo.
Entretanto, descaracterizar o sentido de aprendizagem escolar em decorrência da presença das inovações tecnológicas é obviamente um equívoco. O valor da aprendizagem escolar está, precisamente, em introduzir os alunos nos significados da cultura e da ciência por meio de mediações cognitivas e interacionais que supõe a relação docente. (Libâneo, p. 67)




Referências bibliográficas:

LIBÂNEO, José Carlos. Adeus professor, adeus professora?. 12ª ed. São Paulo: Cortez, 2010.

MORAN, José Manuel. A educação que desejamos – Novos desafios e como chegar lá. 4ª ed. São Paulo: Editora Papirus, 2009.

MORAN, José Manuel; MASETTO, Marcos T.; BEHRENS, Marilda Aparecida. Novas tecnologias e mediação pedagógica?. 17ª ed. São Paulo: Editora Papirus, 2010.

domingo, 14 de novembro de 2010

Eixo IX

Referindo-me ao Eixo IX, quando li pela primeira vez as "Orientações para o Trabalho de Conclusão de Curso, confesso que me assustei perante tamanha obra e julguei-me, num primeiro momento incapaz de fazê-lo com tamanha competência.
Custei a encorajar-me para começar. Mas, como iniciar é vital para quem quer concluir, coloquei a mão na massa mesmo com receios, dúvidas, porém, neste momento, com vontade de acertar.
Não adiantaria de nada ficar quietinha no meu cantinho até o TCC passar, porque eu é quem iria ficar para trás.
Sabia o que eu queria, meu tema: "Mídias e tecnologias digitais nas séries iniciais de uma escola pública". Durante alguns dias fui estudando com calma e atenção as orientações, os exemplos de TCC que a Professora Luciane Corte Real nos ofereceu. Tudo estava postado no pbwork do Eixo IX.
Comprei os livros dos autores que embasariam teoricamente minha busca:
*A Educação que desejamos - Novos desafios e como chegar lá, de José Manuel Moran.
*Novas tecnologias e mediação pedagógica, de José Manuel Moran, Marcos T. Masetto, Marilda Aparecida Behrens.
*Adeus professor, adeus professora? - Novas exigências educacionais e profissão docente, de José Carlos Libâneo.
Consegui na minha escola em que realizei meu estágio supervisionado a revista "Nova Escola", de setembro de 2000 que trazia uma entrevista exclusiva com Philippe Perrenoud sobre as competências que preparam os alunos para as novas exigências do mundo.
Estudei as idéias destes autores. Revi toda a minha caminhada que percorri na eletiva "Mídias e tecnologias digitais em espaços escolares" que ajudou-me muito.
Tive uma ótima orientação que auxiliou-me a cortar as arestas para o aperfeiçoamento do meu trabalho.
Hoje, domingo pela manhã, após concluir meu TCC, respiro fundo na certeza do dever cumprido. Meu trabalho abre espaço para a reflexão, para novas perspectivas de trabalho e questionamentos que surgem para novas pesquisas.
Aguardo a revisão e o retorno do orientador e a hora de defendê-lo perante a banca formada por orientadores. A partir da semana que se inicia, meu foco são os indicadores para avaliação do meu TCC




"9.3.1 Indicadores para Avaliação do TCC: Apresentação Escrita Estrutura e Conteúdo


a) apresenta questão de investigação delimitada e objetivos coerentes;
b) desenvolve fundamentação teórica e métodos adequados à questão
e objetivos propostos;
c) constrói argumentos criativos e defende criticamente o seu ponto
de vista;
d) articula a análise com os aportes teóricos selecionados;
e) utiliza fontes diversificadas;
f) inclui resultados e discussão desses resultados (conclusões);
g) aponta as limitações do trabalho, questões em aberto e perspectivas
para trabalhos futuros.
Expressão
a) apresenta um texto bem estruturado, organizado e crítico;
b) evidencia linguagem clara e correção gramatical.


9.3.2 Indicadores para Avaliação do TCC: Apresentação Oral

a) apresenta organização e clareza na apresentação;
b) demonstra capacidade de argumentação e de análise/síntese;
c) observa o tempo estabelecido para a apresentação;
d) elabora adequadamente o material audiovisual para a apresentação;
e) evidencia conhecimento do tema nas respostas às perguntas realizadas "(p. 41 e 42, Orientações para o Trabalho de Conclusão de Curso)

Espero realizar uma boa defesa do meu trabalho.

domingo, 7 de novembro de 2010

Eixo 8 - Eletiva "Mídias e tecnologias digitais em espaços escolares"



"Do ponto de vista da Graduação em particular, a formação para o exercício de uma profissão em uma era de rápidas, constantes e profundas mudanças requer, necessariamente, atenta consideração por parte das universidades. A decorrência normal deste processo parece ser a adoção de nova abordagem, de modo a ensejar aos egressos a capacidade de investigação e a de "aprender a aprender". Esse objetivo exige o domínio dos modos de produção do saber na respectiva área, de modo a criar as condições necessárias para o permanente processo de educação continuada." (Plano Nacional de Graduação 1999, p. 7)



Volto a abordar sobre a tese 4 que debati com outras colegas na atividade 5, na eletiva "mídias e tecnologias digitais nos espaços escolares":

Não é necessário que os professores sejam bem preparados para o uso de mídias e tecnologias digitais, basta interagir com os alunos. Eles já sabem como usá-las.(Tese 4)



Minha argumentação:


As mídias e tecnologias digitais na escola não é um modismo. Elas devem estar presentes para acompanhar a evolução da humanidade, oferecendo ao sujeito a compreensão de sua função social, cultural, cidadã e política na sociedade. Infelizmente, muitos educadores estão fora dessa inclusão digital. As dificuldades de inserção das mídias e tecnologias digitais em espaços escolares devem-se, inclusive, à formação precária do professor e a falta de acesso a estas tecnologias de uma significativa parcela destes profissionais da educação.

A inclusão dos professores nesta sociedade globalizada e tecnologicamente letrada deve ser debatida, estudada, oferecida nos cursos de formação inicial e universitária do professor e no seu acesso a estes bens tecnológicos, conseguindo, assim, articulá-los competente, efetiva e pedagogicamente em sua metodologia, tendo em vista às exigências do mundo atual.

Para Libâneo ( 2010,p. 16), (...) os cursos de formação de professores precisam garantir espaços para práticas e estudos sobre as mídias, sobre a produção social de comunicação escolar com elas e sobre como desenvolver competente comunicação cultural com várias mídias.

Surge aí, a indispensável importância do debate, dos estudos, da pesquisa e de políticas públicas que favoreçam esta inclusão, reconhecendo a função sócio-educativa que as mídias desenvolvem na educação e no conhecimento. Podendo assim conhecer-se o que se ignora e a usufruir do que nos é negado.

Segundo Moran (2010, p.63), ensinar com as novas mídias será uma revolução se mudarmos simultaneamente os paradigmas convencionais do ensino, que mantêm distantes professores e alunos. Caso contrário, conseguiremos dar um verniz de modernidade, sem mexer no essencial.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Resposta à questão da Tutora Patrícia em seu comentário na minha postagem "Letramento": " O que há em outros autores para sustentar sua argumentação?"

Freire, Tfouni, Peixoto e Kleiman ajudam-me a sustentar minha argumentação.


“O professor volta a ser o profissional que decide sobre um curso de ação com base em sua observação e seu diagnóstico da situação. É ele que deverá decidir questões relativas à seleção dos materiais, saberes e práticas que se situam entre o local, o aplicado e o funcional à vida dos alunos e da comunidade e o socialmente relevante, que um dia poderá ser utilizado para melhorar o futuro do próprio aluno e de seu grupo.”( Kleiman, p. 6, O conceito de letramento e suas implicações para a alfabetização)

Peixoto (et al, 2004) sobre o papel do "professor-letrador", ao analisar a prática do letramento pelo professor, destacou as seguintes ações de um professor-letrador:


1) investigar as práticas sociais que fazem parte do cotidiano do aluno, adequando-as à sala de aula e aos conteúdos a serem trabalhados;
2) planejar suas ações visando ensinar para que serve a linguagem escrita e como o aluno poderá utilizá-la;
3) desenvolver no aluno, através da leitura, interpretação e produção de diferentes gêneros de textos, habilidades de leitura e escrita que funcionem dentro da sociedade;
4) incentivar o aluno a praticar socialmente a leitura e a escrita, de forma criativa, descobridora, crítica, autônoma e ativa, já que a linguagem é interação e, como tal, requer a participação transformadora dos sujeitos sociais que a utilizam;
5) recognição, por parte do professor, implicando assim o reconhecimento daquilo que o educando já possui de conhecimento empírico, e respeitar, acima de tudo, esse conhecimento;
6) não ser julgativo, mas desenvolver uma metodologia avaliativa com certa sensibilidade, atentando-se para a pluralidade de vozes, a variedade de discursos e linguagens diferentes;
7) avaliar de forma individual, levando em consideração as peculiaridades de cada indivíduo;
8) trabalhar a percepção de seu próprio valor e promover a auto-estima e a alegria de conviver e cooperar;
9) ativar mais do que o intelecto em um ambiente de aprendizagem, ser professor aprendiz tanto quanto os seus educandos;
10) reconhecer a importância do letramento, e abandonar os métodos de aprendizado repetitivo, baseados na descontextualização.

Assim tenho procurado realizar minha proposta pedagógica como alfabetizadora da rede pública.

Compactuo com a visão de Paulo Freire:

"Aprender a ler, a escrever, alfabetizar-se é, antes de mais nada, aprender a ler o mundo, compreender o seu contexto, não numa manipulação mecânica de palavras, mas numa relação dinâmica que vincula linguagem e realidade”. (Paulo Freire)

... e com a perspectiva de Tfouni:


“Enquanto a alfabetização se ocupa da aquisição da escrita por um indivíduo, ou grupo de indivíduos, o letramento focaliza os aspectos sócio-históricos da aquisição de uma sociedade.” (1995, p. 20).

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Refletindo Marx e a Educação / meu papel social/ político na Escola


"... não se parte daquilo que os homens dizem, imaginam ou se representam, e também não se parte dos homens narrados, pensados, imaginados, representados, para daí se chegar aos homens em carne e osso; parte-se dos homens realmente ativos, e com base no seu processo real de vida representa-se também o desenvolvimento dos reflexos e ecos ideológicos deste processo de vida. Também as fantasmagorias no cérebro dos homens são sublimados necessários dos seu processo de vida material, empiricamente constatável e ligado a premissas materiais. A moral, a religião, a metafísica e a restante ideologia, e as formas da consciência que lhes correspondem, não conservam assim por mais tempo a aparência de autonomia... Não é a consciência que determina a vida, é a vida que determina a consciência. No primeiro modo de consideração, parte-se da consciência como indivíduo vivo; no segundo, que corresponde à vida real, parte-se dos próprios indivíduos vivos reais e considera-se a consciência apenas como a sua consciência" (MARX e ENGELS, 1982: 14).
Lembro-me de uma de minhas primeiras postagens no meu primeiro blog criado no PEAD. Era sobre uma atividade da Interdisciplina "Escola, Cultura e Sociedade". Teria que resumir as idéias de Marx. A professora leu minha postagem e redigiu o seguinte comentário: "(...)É isso mesmo. Sei que Marx trouxe um pouco mais de dificuldade. Mas com essa energia toda tenho certeza que, em breve, estarás realizando comentários e críticas desse autor também."(2006)
Por enquanto, não me sinto preparada para criticar as idéias de Marx. Quem sabe, um dia... Precisaria estudá-lo mais. Mas estou certa de poder posicionar-me perante suas idéias sobre Educação e sociedade, enquanto uma profissional de Educação.
Marx e Engels não teceram um texto dedicado, exclusivamente à Educação, mas apresentaram referências significativas ao longo de sua obra. Falar sobre Educação e não refletir a relação do homem com sua realidade, com seu cotidiano, com a vida, é negar sua própria existência. Vou mais além, ser professora e negar minha ação humana e política na luta pela transformação desse cotidiano, é fechar meus olhos para a essência da própria sociedade. É agir dentro desse cotidiano como mero expectador, alienado e covarde.
Vive-se num mundo que passa por muitas transformações, não sabendo-se com certeza para onde vamos e qual a melhor trilha a seguir. Nesse contexto de incertezas e inquietações, o papel do professor precisa ser refletido, questionado, assumindo-se como humano, social, político e cidadão, posicionando-se perante a sociedade, seus conflitos e necessidades. E, quando eu, professora, abro meus olhos para a vida real, enxergo claramente que o ensino, a educação, a escola auxiliam o povo a proteger-se contra a exploração da classe dominante, organizando-se para a construção de um mundo melhor, de uma sociedade realmente democrática e igualitária em que não se aceitará o preconceito em todas as suas manifestações, uma escola pública sem qualidade, doentes dormindo no chão dos corredores de hospitais, durante horas e horas, até serem atendidos, dinheiro públlico roubado, impunemente, pelos políticos corruptos e tudo aquilo que oprime e faz sofrer o povo brasileiro.
Afirmo, sem sombra de dúvida, que ao estudar Marx, Engels e Paulo Freire sinto meu coração bater mais forte. Tenho a consciência do meu papel social dentro da escola. Educo, sem radicalismos, com os pés no chão, pelos direitos da minha gente, do meu aluno. Além de formar a consciência social, de fundamentar valores, de transformar atitudes tenho o dever de formar um homem social, crítico, comprometido com o seu coletivo nessa sociedade tão complexa e plural, em que todo o cotidiano traz um rico momento pedagógico.
O processo de ensino-aprendizagem mantem uma relação muito íntima com o contexto, além dos muros da escola, com a vida lá fora, da qual, eu, professora, faço parte ativa.
"Se não posso, de um lado, estimular os sonhos impossíveis, não devo, de outro, negar a quem sonha o direito de sonhar." (Freire, 1988)

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Letramento

Letramento é um vocábulo novo, aparecendo pela primeira vez no livro de Mary Kato "No mundo da escrita:uma perspectiva psicolinguística", em 1986. Depois, em outras obras de outros autores, surgindo, assim, essa palavra no mundo da Educação.
O vocábulo "LETRAMENTO" emerge de uma nova necessidade, um fenômeno, que acredito eu, sempre existiu, mas que até o final da década de oitenta não lhe dávamos tanta importância.
Letrada é a pessoa que, além de saber ler e escrever, utiliza com frequência e competência a leitura e a escrita. O letrado tem uma outra condição social e cultural, isto é, transforma seu modo de viver em sociedade, está incluído na cultura, no contexto, no mundo.
Por exemplo um adulto analfabeto tem uma linguagem oral , mas após aprende a ler e a escrever passa a expressar-se oralmente de forma diferente, sendo evidente que, ao conviver com a língua escrita, consegue obter mudanças importantes na sua fala, nas estruturas linguísticas e no enriquecimento de seu vocabulário.
O letramento não diz respeito somente ao aprender a ler e escrever (decodificar letras e numerais), mas ao uso eficiente da leitura e da escrita. A ação de aprender as práticas de leitura e escrita é consequência de ter-se apropriado da escrita e de suas práticas sociais, isto é, assumindo a escrita e a leitura como sua "propriedade".
Um sujeito alfabetizado não é, necessariamente, letrado, porque o sujeito que é letrado não somente lê e escreve, mas sabe usar competente e socialmente a escrita. Letramento, portanto, é um estado, uma condição de interação com diferentes tipos e gêneros de leitura, com diversos portadores de textos, com as diferentes especificidades que a leitura e a escita desempenham na vida e no cotidiano das pessoas.
À medida em que a sociedade vai se tornando grafocêntrica (centrada na escrita) um novo fenômemo descortina-se: não basta apenas ler e escrever, a pessoa deve ter competência para utilizar a leitura e a escrita, incorporando-as às suas práticas sociais: saber encontrar-se em um livro; achar uma palavra no dicionário; localizar-se num mapa; utilizar o "classificados" de um jornal; escrever um bilhete, um telegrama, uma declaração; preencher um formulário; usar uma lista telefônica; pegar um ônibus que não seja o seu de costume, etc.
A interdisciplina "Linguagem e Educação", estudada no EixoVII deixou-me bem claro, enquanto professora alfabetizadora, que o ideal pedagógico está em alfabetizar letrando, ensinando a ler e a escrever no contexto das práticas sociais da leitura e da escrita, tornando o aluno alfabetizado e letrado, constituído de uma série de habilidades, comportamentos, conhecimentos no que diz respeito à leitura e à escrita, à interpretação, à comunicação, à expressão.
"Não adianta simplesmente letrar quem não tem o que ler nem o que escrever. Precisamos dar as possibilidades de letramento. Isso é importante, inclusive, para a criação do sentimento de cidadania nos alunos."(Magda Soares)
Com essa finalidade, proporciono ao meu aluno o convívio num ambiente escolar letrado, tendo acesso a vários livros, revistas, jornais, tipos de textos, à feira do livro, à museu, ao Laboratório de Informática. Notificadamente, como uma necessidade, porém permeada de ludicidade e alegria.

“Alfabetize letrando sem descuidar da especificidade do processo de alfabetização, especificidade é ensinar a criança e ela aprender.O aluno precisa entender a tecnologia da alfabetização. Há convenções que precisam ser ensinadas e aprendidas, trata-se de um sistema de convenções com bastante complexidade. O estudante (além de decodificar letras e palavras) precisa aprender toda uma tecnologia muito complicada: como segurar o lápis, escrever de cima pra baixo e da esquerda para a direita; escrever numa linha horizontal, sem subir ou descer. São convenções que os adultos letrados acham óbvias, mas que são difíceis para as crianças. E no caso dos professores dos ciclos mais avançados do ensino fundamental, é importante cuidar do letramento em cada área específica.” (Magda Soares)

terça-feira, 12 de outubro de 2010

"O menino negro não entrou na roda..."




Relendo os textos da interdisciplina "Questões étnico-raciais na educação", estudados durante o Eixo VI, sinto-me mais madura, mais sensível, mais crítica, mais reflexiva, mais comprometida sobre essas questões em minha sala de aula.
Refleti a respeito da minha percepção sobre o aluno de cor de pele diferente e, principalmente, sobre o que tenho feito em prol da estima desse aluno para que alcance o sucesso de sua aprendizagem.
Vi o quanto tenho trabalhado positivamente, de maneira crítica e inclusiva, consciente de que o racismo, mesmo que cordial e silenciosamente, manifesta-se dentro da escola em ações de professores, alunos, funcionários, nos materiais pedagógicos, nos brinquedos, nos livros didáticos, inferiorizando cada vez mais o aluno negro, resultando na sua baixa aprendizagem na escola.
Tenho procurado caminhos para que minha ação pedagógica respeite cada vez mais as diferenças étnico-raciais buscando a melhor forma de abordar esses aspectos com minhas turmas de primeiro ano do Ensino Fundamental, sabendo que os fazeres escolares não são neutros e devem sensibilizar e conscientizar os alunos para o cooperação, para a liberdade de expressão, para a alta da estima de todos, deixando desabrochar o gênio, o cidadão competente e crítico, o homem bom e digno que está dentro de cada criança.



“É o saber da história como possibilidade e não como determinação. O mundo não é. O mundo está sendo. Como subjetividade curiosa, inteligente, interferidora na objetividade com dialeticamente me relaciono, meu papel no mundo não é só o de quem constata o que ocorre, mas também o de quem intervem como sujeito de ocorrências. Não sou apenas objeto da história, mas seu sujeito igualmente. No mundo da história, da cultura, da política, constato não para me adaptar, mas para mudar”. (Paulo Freire, 1999,p.85-86).

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Vale a pena ver de novo: Eixo IV

[...] essa tripla caracterização - existenciais sociais e pragmáticos - expressa a dimensão temporal dos saberes do professor, saberes esses que não somente são adquiridos no e com o tempo, mas são também temporais, pois são abertos, porosos, permeáveis e incorporam, ao longo do processo de socialização e da carreira, experiências novas, conhecimentos adquiridos durante esse processo e um saber-fazer remodelado em função das mudanças de prática e de situações de trabalho (TARDIF, 2002, p.106).
Retornando ao Eixo IV, exatamente, à Interdisciplina Representação do Mundo pelas Ciências Naturais, percebi o meu crescimento em minha prática pedagógica quanto ao Ensino da Ciência nas minhas classes de1º Ano do Ensino Fundamental. Meu olhar e o meu ouvido estão mais aguçados e atentos às concepções que meus alunos trazem para explicar os fenômenos naturais: luz,sombra, ciclo da água, frio, calor, sol e chuva, etc.
Sei que não existe uma receita metodológica mágica, mas vivencio em meu diário escolar uma necessidade de um ensino de Ciências com atividades práticas e concretas que leve meu aluno a repensar de maneira lógica essas pré-concepções, proporcionando-lhe propostas que sejam úteis à toda a comunidade como, por exemplo: Separação do Lixo; Higiene Ambiental, Corporal e Mental; construção e bservação de um terrário, de um minhocário, etc.
São ações pedagógicas que realizo com minhas turminhas. São competências que devo desenvolver em meus alunos: levantamento de hipóteses, coleta de material, experimentação, observação, registro de dados, capacidade conclusiva, para incluí-los no mundo científico e tecnológico em que vivemos e que, urgentemente, devemos preservar para o bem da humanidade.
A interdisciplinaridade é notória em meu fazer pedagógico, porque, partindo dessas atividades práticas construímos textos, alimentamos nosso raciocínio intelectual e matemático, conhecemos a realidade social onde estamos inseridos, etc.
Procuro incentivar meus alunos à busca de conceitos interessantes sobre os fenômenos que os rodeiam, dentro de uma prática lúdica e lógica que não os prive de um conhecimento mais sistematizado sobre a natureza, oportunizando-lhes a troca de saberes com seus pares, professores, estudiosos.


“A relação com o saber é o conjunto das relações que um sujeito mantém com um objeto, um “conteúdo de pensamento”, uma atividade, uma relação interpessoal, um lugar, uma pessoa, uma situação, uma ocasião, [...], ligados de uma certa maneira com o aprender e o saber; e, por isso mesmo, é também uma relação com a linguagem, relação com o tempo, relação com a ação no mundo e sobre o mundo, relação com os outros e relação consigo mesmo enquanto mais ou menos capaz de aprender tal coisa, em tal situação.” (Charlot,2000:81)

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

"Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante..."

Revisando as minhas atividades da interdisciplina Educação e Tecnologias da Comunicação e Informação, coordenada pela Professora Patricia Alejandra Behar, durante o Eixo I. Exatamente, na Semana 6. Nessa atividade deveria montar uma apresentação num programa de apresentação de slides sobre a temática: “As tecnologias na minha vida pessoal e na prática pedagógica.”
Era início de curso. Eu, apanhando das tecnologias por ignorância e medo de ser reprovada na Interdisciplina, assustei-me com a proposta, pois não sabia nada sobre esse programa utilizado para edição e exibição de apresentação gráfica. Não sabia nem começar mesmo lendo e relendo as referências bibliográficas oferecidas no Rooda pela equipe docente sobre o assunto.
Pedi ajuda à uma jovem amiga que tinha uma estreita relação com o computador. Prontamente, ela veio até a minha casa e juntas colocamos no programa o esboço da minha idéia.
Realizei esse trabalho bem simples, mas muito sincero e emocionado sobre “As tecnologias na minha vida e na minha prática pedagógica”:




Quero refletir sobre minhas palavras em um dos slides:

As tecnologias me abriram as portas para:
*Comunicação virtual;
*O enriquecimento virtual do meu saber pedagógico;
*O relacionamento interativo com meus professores e colegas;
*O domínio paulatino do computador e de tudo que ele possa me oferecer como pessoa e como profissional da educação;
*Explorar e pesquisar na Internet;
*Conhecer e usar essas tecnologias, construindo aos poucos o meu saber virtual;
*Refletir sobre o uso das tecnologias na educação e na minha rotina pedagógica.

Durante algum tempo depois, neguei-me a chegar perto desse programa como se não tivesse aprendido nada com minha amiga Gabi. Mas o tempo passou, como tudo passa, até nossos “traumas”. Continuei a exorcizar meus medos, lutando para me apropriar das tecnologias e, um dia, encarei novamente esse programa de apresentações de trabalhos sem a obrigação de concluir uma atividade, mas como uma borboleta trabalhando pela conclusão de sua metamorfose.
Assim foi a minha dificuldade de trabalhar com meus alunos de 1º Ano no Telecentro que havia na escola municipal em que eu atuava no turno da tarde. Porém, minha hora chegou. Era uma lagarta novamente em transformação, sofrendo, mas encarando o novo. A Prô Borboleta levou seus aluninhos de 1º ano aos computadores e se surpreendeu ao vê-los tão íntimos deles e tão envolvidos nas atividades virtuais. Acabaram por ensinar a Prô Borboleta a voar vôos mais altos e a beijar flores mais exóticas.
Até hoje sofro metamorfoses e, podem ter certeza que, apesar das frustrações e limitações que encontro nas escolas públicas, tanto municipal quanto estadual, a minha metamorfose como prô borboleta é emocionante e enriquecedora porque estou aberta a transformar-me na interatividade com os saberes dos meus alunos, que me ensinam, diariamente, a não ter medo de ser feliz.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

"Mídias e tecnologias digitais em espaços escolares", eletiva que instigou-me na escolha da temática do meu TCC

Reportando-me ao meu pbwork em que trabalhei com a interdisciplina eletiva "Mídias e tecnologias digitais em espaços escolares", exatamente à Atividade 7, relendo o texto que escrevi apresentando críticas e posicionamentos sobre a tese 4 da atividade 5 "Não é necessário que os professores sejam bem preparados para o uso das mídias e tecnologias digitais, basta interagir com os alunos. Eles já sabem como usá-las."
Ei-lo aqui:



Educar, atualmente, é uma ação que deve inserir o aluno às novas linguagens digitais, desenvolvendo suas capacidades sensoriais, colaborativas, relacionais e perceptivas. Especialmente, aqueles alunos cujas famílias não tem condições de oferecer-lhes esse acesso

Vivemos num mundo novo, fazendo parte de uma sociedade que valoriza a informação e a comunicação, em que a aprendizagem se dá em diversos lugares e de diferentes maneiras. As tecnologias digitais exercem uma notória influência sobre as crianças.

Portanto, é importante que nós professores façamos uma leitura crítica e pedagógica das mídias e tecnologias digitais, reconhecendo sua intencionalidade política, social, ética, psicológica e didática, permitindo a formação de cidadãos críticos, reflexivos, autônomos, criativos e colaborativos refletida no seu pensar e no seu agir no mundo.



“O educador autêntico é humilde e confiante. Mostra o que sabe e, ao mesmo tempo está atento ao que não sabe, ao novo. Mostra para o aluno a complexidade do aprender, a sua ignorância, suas dificuldades. Ensina, aprendendo a relativizar, a valorizar a diferença, a aceitar o provisório. Aprender é passar da incerteza a uma certeza provisória que dá lugar a novas descobertas e a novas sínteses.”(José Manoel Moran)



Percebemos a nítida influência das mídias e tecnologias no cotidiano infantil e o fato de muitos professores ignorarem o seu uso na Educação, surgindo, então, a necessidade das escolas preocuparem-se com a capacitação de seus professores, porque são os principais articuladores desse processo. Ao planejar para seu aluno, fazendo uso das Tecnologias da Comunicação e Informação, o professor deve estar capacitado à utilizá-las de maneira significativa, oferecendo-lhe possibilidades variadas do seu uso no processo de ensino-aprendizagem.



“A palavra-chave deste tipo de ensino é "interatividade". Trata-se da mudança de um ensino onde é limitado o papel do aluno na busca de informação e em que ele tenta se adaptar à informação existente, para um ensino em que a informação se adapta ao aluno, onde quer que este se encontre.” (Perrenoud, 2000)


Tal realidade exige-me, enquanto professora e cidadã, uma capacitação profissional que me auxilie a compreendê-la e a encarar pedagogicamente os desafios que se descortinam na minha rotina escolar para a formação de cidadãos que produzirão e interpretarão as novas linguagens nos dias de hoje e no futuro para o bem da humanidade. Sinto saber que muitos educadores estejam fora dessa oportunidade.

Ilustrando a importância da capacitação do professor trago nesse texto as palavras de Libâneo:





“Para isso, os cursos de formação de professores precisam garantir espaços para práticas e estudos sobre as mídias, sobre a produção social de comunicação escolar com elas e sobre como desenvolver competente comunicação cultural com várias mídias” (LIBÂNEO,2000,p.72)






Referencial teórico:



PERRENOUD, Philippe.10 competências para ensinar. Porto Alegre, Artes Médicas, 2000.

LIBÂNEO, José Carlos. Adeus professor, adeus professora? . 4° Ed. São Paulo: Cortez, 2000.

http://www.portaleducacao.com.br/pedagogia/artigos/6950/educacao-para-a-autonomia-e-para-a-cooperacao

acesso em 26/07/2010

A realização dessa interdisciplina juntamente com os textos que li sobre esse assunto fizeram-me refletir sobre a necessidade de conhecer mais sobre as tecnologias na ação pedagógica de meus pares no espaço digital da escola.

É uma maneira também de mexer com o grupo, provocando novas discussões e caminhos para a nossa formação continuada.


Retornando

Esse Curso de Pedagogia à Distância foi-me um grande desafio, principalmente, por não ter experiência no uso do computador. Posso afirmar que ali começou nosso caso de amor. Eu me apaixonei pelo computador e por todas as promessas tecnológicas que ele me oferecia tanto na vida pessoal, quanto na vida profissional.
Hoje, após 4 anos e alguns meses de curso, considero-me uma professora inserida na contemporaneidade da educação, evoluindo com meu tempo e defendendo uma ação pedagógica de vanguarda em que o uso das mídias e das tecnologias digitais se faz presente.
Assumo, humildemente, que ainda tenho dificuldades e limitações no seu uso competente e efetivo em minhas turmas de alfabetização em que atuo, porém mantendo uma postura moderna, de busca e de coragem em colocar em prática com meus alunos tudo aquilo que aprendi durante a graduação e que ainda procuro estudar, ler sobre esse tema.
Daí a vontade de desenvolver um TCC que mostre essa nova face da escola em que estagiei, que começou no mesmo período do meu estágio com o Laboratório de Informática. Notei o entusiasmo de minhas colegas professoras e a alegria de nossos alunos com as horas oferecidas no Laboratório de Informática. Há professoras ainda resistentes, mas curiosas, enfrentando tímida mas corajosamente essa nova realidade.
Pensando seriamente nisso resolvi construir um TCC tendo como questionamento principal: "Como as professoras de séries iniciais de uma escola pública estadual de Pré a 5º ano fazem uso das mídias e tecnologias digitais no processo de ensino-aprendizagem?"
Revisitando a interdisciplina Educação e Tecnologias da Informação e da Comunicação, oferecida no Eixo I, sob a orientação da Professora Patricia Behar, Doutora em Ciências da Computação pela UFRGS, procurei algumas sugestões de bibliografia para embasar o meu trabalho. Lá encontrei o nome de José Manuel Moran, Doutor em Ciências da Comunicação pela Universidade de São Paulo, autor que tinha também estudado ao realizar a eletiva Mídias e Tecnologias Digitais em espaços Escolares com o Professor Crediné Silva de Menezes, Pós-Doutorado no Programa de Doutoramento em Informática da Educação da UFRGS. Em contrapartida, vejo a gama de subisídios que meus professores também me oferecem para o enriquecimento desse trabalho:



LIBÂNEO, Jose carlos - Adeus professor, Adeus professora?, Editora Cortez, 2010, 12ª edição



MORAN, José Manuel - A Educação que desejamos- novos desafios e como chegar lá, 2007, 1ª Edição, Ed. Papirus



MORAN, José Manuel; BEHRENS, Marilda Aparecida; MASETTO, Marcos T. - Novas
Tecnologias e Mediação Pedagógica, Editora Papirus, 2006, 12ª edição



PAPERT, Seymour. A máquina das crianças: repensando a escola na era da informática. Porto Alegre, Artes Médicas, 1994




"O educador continua sendo importante, não como informador nem como papagaio repetidor de informações prontas, mas como mediador e organizador de processos. O professor é um pesquisador – junto com os alunos – e articulador de aprendizagens ativas, um conselheiro de pessoas diferentes, um avaliador dos resultados. O papel dele é mais nobre, menos repetitivo e mais criativo do que na escola convencional." (José Manuel Moran)



segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Trabalho de Conclusão de Curso

Finalmente, chegou o tão esperado e tão temido TCC, Trabalho de Conclusão de Curso. O TCC apresenta como uma de suas finalidades descortinar, por meio de um estudo científico, o conteúdo que foi apropriado pelo aluno durante a sua graduação.
Seu tema deve ser bem estabelecido e associado à formação do curso realizado. Em meu caso, que esteja centrado no campo de abrangência da Pedagogia, que deverei compor com uma prática aprofundada, com uma postura investigativa, perpassando por bibliografias selecionadas com critério, onde apresentarei diretrizes e conclusões próprias que estejam articuladas ao conhecimento contemporâneo, aos avanços sociais, educacionais, políticos, técnicos e teóricos alcançados pela sociedade moderna.
Almejo que meu TCC, enquanto produção científica, contribua para impulsionar avanços concretos no sistema educacional em que estou inserida e pelo qual trabalho com orgulho e vontade. Desejo que meu trabalho de conclusão seja respeitado e valorizado , por sua autenticidade, seu desenvolvimento científico e originalidade. Por isso sua execução me exige um planejamento minucioso, uma pesquisa aprofundada, levantamento bibliográfico, coleta de dados, desenvolvimento textual consistente e concernente ao assunto por mim escolhido.
Sei que para seu sucesso deve estar acordado às normas da ABNT de produção científica padronizada: redação, disposição textual, formatação, espaçamento, capa, folha de rosto, resumo, sumário e outros requisitos específicos de um trabalho acadêmico.
O TCC me assusta? Não, me preocupa, porque quero fazê-lo com competência, agregando valores. Que tema escolhi? Ainda não o tenho com clareza e objetividade, mas gostaria de desenvolver um trabalho que mostre como as mídias e as tecnologias digitais são usadas nas séries iniciais, isto é, como os profesores realizam esse trabalho com seus alunos e, partindo disso, buscar autores contemporâneos que nos ajudem a encontrar caminhos, soluções, respostas aos nossos questionamentos.


(…) a minha questão não é acabar com a escola, é mudá-la completamente, é radicalmente fazer que nasça dela um novo ser tão atual quanto a tecnologia. Eu continuo lutando no sentido de pôr a escola à altura do seu tempo. E pôr a escola à altura do seu tempo não é soterrá-la, mas refazê-la.(Freire, 19961).

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Trabalho em grupo em classes de alfabetização

Minha reflexão sobre a nona semana de meu estágio relaciona-se à importância de promover com as crianças atividades em grupo, além das individuais.
O processo de aprendizagem provoca transformações no aluno quando o aprendiz sente-se constantemente motivado, estimulado, desafiado, pois, do contrário poderão entediar-se em aula.
O trabalho em grupo com as crianças pequenas é sempre um tarefa desafiadora para o professor e seu sucesso depende muito de como o educador o conduz junto à turma durante o ano.
A atividade em equipe está muito ligada à uma metodologia que promove uma aprendizagem colaborativa, em que os alunos realizem um trabalho em grupo que reflita em cada um de seus elementos, que traduza o saber de cada um, isto é, uma reciprocidade. Portanto, é tarefa do professor favorecer a seus alunos o desenvolvimento de habilidades cooperativas e sociais.
O trabalho em grupo é positivo na medida em que promove: uma atividade onde as crianças fiquem cara a cara numa interdependência positiva, de responsabilidade individual e coletiva, numa interação de habilidades colaborativas.
Quando eu faço trabalhos em grupo com minha turminha de 1ºAno, acompanho de perto os grupos para verificar a contribuição de cada um de seus elementos, sua participação, sua aprendizagem, fomentando o debate, a exposição de opiniões, a raciocínio e a reflexão pessoal e coletiva.
Tenho plena consciência de que trabalhar em grupo também é um processo em que, a cada oportunidade oferecida, a criança está aprendendo a respeitar as diferenças, a expressar seu ponto de vista para os colegas da equipe, a ouvir a opinião do outro, partindo daí para uma obra coletiva em que todos tenham contribuído efetivamente, ensinando e aprendendo, respeitando e sendo respeitado, compartilhando os conhecimentos e as dúvidas.
Outro ponto importante: Trabalho em grupo é realizado por crianças portanto é sinônimo de movimento, de borburinho, onde o conflito pode acontecer. Mais uma vez o professor deve estar ligado para interagir e intermediar esses conflitos, canalizando-os para o enriquecimento do processo.
Trabalhar em grupo com os alunos dá trabalho. Muitos trabalhos em equipe não dão o resultado esperado, então é uma boa hora de ouvir as crianças, detectar o que houve o que deve melhorar.

É um momento importante de revisão também do professor sobre como foi desenvolvida a proposta e que mudanças seriam necessárias para a próxima atividade em grupo alcançar ou superar-se em seus resultados.

Um lembrete relevante quando falamos em crianças pequenas: Elas aprendem a se concentrar em uma atividade em grupo ou em qualquer outro tipo de atividade quando fazem aquilo em que estão interessados e quando os temas propostos são instigantes e adaptado à sua faixa etária.



“É claro que nem tudo deve ser feito de forma coletiva, pois são igualmente essenciais a exposição do professor e tarefas individuais de crianças e jovens, mas é preciso compor esses momentos articulando com coerência as ações pessoais e coletivas. Essa construção conceitual e afetiva depende do trabalho em grupo, em que se desenvolvem afinidade e confiança, identificam-se potencialidades e aprende-se com os demais. Com a diversificação do planejamento, são contempladas as diferentes necessidades e propensões dos alunos. Não só na rede pública, mas especialmente nela, os mais beneficiados por essa construção são os que vêm de contexto cultural limitado, sem outras oportunidades que não as da escola para a sua emancipação.” (Luis Carlos de Menezes- Revista Nova escola)

domingo, 30 de maio de 2010

Noção de tempo nas séries de alfabetização

Durante as últimas semanas (5ª, 6ª, 7ª), trabalhei a noção do tempo com as crianças, ajudando meu aluno a analisar e a entender as relações do homem entre si, o ambiente e o tempo histórico apropriando-se desde já desses conceitos.
A noção do tempo é muito abstrata e de difícil entendimento para a criança de 6, 7 anos. O tempo histórico é um conceito que possibilita o pensamento lógico infantil, sendo seu desenvolvimento um grande desafio para o Ensino Fundamental, principalmente nas séries de alfabetização. Devemos investir, enquanto educadores, na criança para formar futuros pesquisadores, historiadores que busquem a pesquisa e os acontecimentos do tempo: permanência/mudança, semelhança/ diferenças e simultaneidade, reavaliando nossas abordagens e metodologias pedagógicas, onde as falas da criança, seu modo de perceber o tempo não sejam ignorados, por mais ingênuos e insigificantes que nos possam parecer à primeira vista: "Se eu não dormir não chega o amanhã"; "Eu sou mais alto por isso eu nasci primeiro"; "Meu avô estava aqui quando o Brasil foi descoberto pelos portugueses". Essas ingenuidades e fantasias infantis nos mostram o caminho a ser trilhado, por onde devemos começar nosso fazer pedagógico, introduzindo um eficiente trabalho de História.
Esteja atento, professor, é um caminho, um processo que se constrói ao longo do Ensino Fundamental . Ouça com atenção às falas de seus alunos, às suas concepções, às suas lógicas temporais, porque nos determinam por onde iniciarmos nossos questionamentos, desafios para realizar um bom trabalho na área de História, concernente e expressivo para a criança.
Questionando suas falas, problematizando situações de seu cotidiano, de sua vivência, fomentamos o pensamento lógico/ histórico da criança, significativo e linear, fazendo ganchos entre o passado (ontem), o presente (hoje) e o futuro (amanhã) apresentando-se mais próximos das vivências da criança de 6, 7 anos.



http://chasqueweb.ufrgs.br/~slomp/piaget-textos1/piaget-ensino-de-historia.pdf

domingo, 23 de maio de 2010

Maurice Tardif e os saberes docentes (Referencial Teórico)

Para Maurice Tardif, o saber não se reduz única e exclusivamente a processos mentais, tendo como suporte a atividade cognitiva do sujeito, mas também, configura-se com um saber social, manifestando-se nas relações complexas entre professores e alunos.
"Situar o saber do professor na interface sobre o individual e o social entre ator e o sistema, a fim de captar a sua natureza social e individual como um todo." (Tardif, 2002,p. 16)
Os saberes do professor se originam de várias hierarquias: da família, da escola que o formou, da sua cultura pessoal, dos seus pares, da universidade, das formações continuadas. São saberes plurais, heterogêneos, temporais, já que se constroem ao longo da vida e com o passar da carreira, portanto é personalizado.
A vastidão de saberes que forma o professor é essencial para compreender a prática de cada um no processo do coletivo desenvolvido na escola, onde cada professor coloca sua individualidade, na construção de outros e novos saberes.
Segundo esse autor, os saberes cotidianos do professor, o conhecimento de seu trabalho devem ser considerados, desconfigurando o olhar tradicional de que os mestres são apenas transmissores de saberes construídos por outros grupos. Maurice Tardif convoca os educadores, os pesquisadores, o corpo docente, a comunidade científica a unir pesquisa e ensino, propondo que a pesquisa universitária pare de conceber os professores como objetos de pesquisa universitária, que sejam considerados como sujeitos do conhecimento, colaboradores, co-pesquisadores.
As pesquisas desenvolvidas pelas universidades brasileiras devem valorizar os professores ao mesmo tempo que promovam sua formação continuada na busca da construção do conhecimento e a valorização de sua prática educativa, repensando a própria formação acadêmica desse profissional em educação, concebendo as escolas como lugares de formação, de inovação, de experiência e de desenvolvimento profissional, mas também como lugares de pesquisa, de reflexão crítica e coletiva.
O autor usa a expressão "mobilidade de saberes" como uma idéia de movimento, de construção, de constante renovação, de valorização de todos os saberes, não somente em relação ao cognitivo, revelando uma visão da totalidade do ser professor.
O saber está do lado da teoria e a prática pode ser vazia de saber ou pode conter um falso saber, baseado em crenças, ideologias. Para Tardif, o saber é produzido na prática. Aquilo a que chamamos de "teoria", torna-se concreto num sistema de práticas e de profissionais que a produzem e as assumem: pelo trabalho o homem modifica a si mesmo, modifica as suas relações humanas, objetivando a transformação de sua própria situação e a do coletivo onde está inserido.
Tenho plena consciência de que meu "ser professor" traz em si mesmo as balizas de meu trabalho, não reconhecendo-se apenas como saber sobre o trabalho, mas na realidade do trabalho. O meu saber está intimamente relacionado com o trabalho na escola, na sala de aula, estando a serviço da minha profissão, considerando a importância dos meus 31 anos de magistério em conformidade com minha formação pessoal. É fundamental para a minha profissão o conhecimento universitário que estou adquirindo, a minha atualização, minha formação continuada. Questionando-me através do autor:
*Que saberes servem de suporte ao meu ofício de professora?
*Que competências e habilidades mobilizam minha prática diária?
*Como adquiri estes saberes?
*Que conquistas alcancei quanto a definições políticas e sociais na profissão?
*Com o passar dos anos e na minha prática, que mudanças aconteceram em minha metodologia, que novas ações surgiram a partir das minhas experiências interiorizadas e reavaliadas?
Certamente, a cada ano, a cada nova fase, estou aberta ao novo que se desenrola em meu cotidiano profissional e coletivo. Sinto-me uma professora que constrói e reconstrói conhecimento, conforme a necessidade de sua utilização, minhas vivências, minha formação profissional, estimulando a reflexão, a criticidade e a construção do conhecimento de meu aluno.
Sou consciente de minha importância como educadora na formação de homens e mulheres criativos, críticos, autores, participantes e felizes num mundo cada vez mais exigente.



http://www.uniube.br/propep/mestrado/revista/vol05/13/resenhas/R-13-001-Final.pdf



http://www.webartigos.com/articles/23166/1/REFLEXOES-SOBRE-A-FORMACAO-OS-SABERES-E-AS-PRATICAS-DOS-PROFESSORES-NO-CONTEXTO-EDUCACIONAL-DO-SECULO-XXI/pagina1.html

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Dando segmento aos meus referenciais teóricos

Meu Orientador de Estágio Professor Paulo Francisco Slomp, em um de seus comentários em meu pbwork de estágio, especifificamente na página de meu Projeto de Estágio escreveu:

"Oi Roselaine. Você cita os autores e as obras. Ok. Seria interessante que você pudesse citar um trecho (ou mesmo uma frase) de cada obra para que o leitor possa se localizar, entendendo qual idéia presente no texto você está utilizando aqui no projeto de estágio. Obrigado."

Por isso tenho dissertado sobre as idéias de cada autor por mim citado nessa página fazendo elos relevantes entre a teoria e a minha prática pedagógica. Nessa postagem discorrerei sobre o Dr Humberto Maturana:



Maturana explora o íntimo do ser humano através da análise de suas emoções, do amor, da amizade, do poder, da educação e da importância da linguagem, fascinado pelo mistério da vida. Segundo este famoso Biólogo Chileno, o ser humano pode lançar um olhar sobre sua emoção, refletindo-a, porque possui a linguagem. Quanto mais rápido se desenvolver sua consciência ecológica, por exemplo, mais forte será sua ação para a recuperação do planeta, levando-os a tomar drásticas medidas para a conservação do Planeta em que vivemos.


"(...) A conservação não é pela Terra, não é pela biosfera, é por nós.(...) O grande dom dos seres humanos é que podemos criar tecnologia, mas também, podemos detê-la, nos livrar das máquinas quando deixam de adequar-se ao que queremos. É uma questão de desejo." (Humberto Maturana)


Ao analisar a Ciência e a Filosofia, mostramos diferentes maneiras de pensar o conhecimento; uma visão de mundo assentada num paradigma, numa epistemologia, ao mesmo tempo em que agimos partindo de nossa história de vida. As reflexões de Maturana dizem respeito ao humano, e seu pensamento nos oferece uma oportunidade de construirmos um novo modo de questionar o ser real, o mundo, o observar e o conhecer, possibilitando-nos uma nova abordagem sobre nossa humanidade e sobre o nosso olhar sobre o outro. Compreendendo melhor o que ocorre em nós e entre nós: a linguagem, as emoções e a cognição.


Em seus estudos, Maturana sustenta que na evolução do homem as transformações do cérebro tem a ver com a linguagem. Não como a manipulação de símbolos, nem comunicação, simplesmente. As mudanças nas correlações internas do homem ocorem no decorrer de suas relações introspectivas, com os outros e com o meio. A linguagem surge no viver, no emocionar, no agir. Tudo se compõe a partir das emoções, confirmando que "não há ação humana sem uma emoção que a estabeleça como tal e a torna possível como um ato."(...) "Todo o sistema racional se constitui no operar com premissas previamente aceitas, a partir de uma certa emoção." (Maturana, 1998)


Ele afirma que o social surge de uma ação específica que é o amor, entretanto o amor e a emoção, para esse estudioso, não é o mesmo que sentimentos. O amor é a emoção que acontece na aceitação mútua, fundamentando o social.


Minha ação como ser humano, como ser social, como professor deve ser construída partindo de minha prática, na experiência de vida, sabendo-se que:


1. O conhecimento não se limita ao processamento de informações oriundas de um mundo, anterior à experiência do observador;


2. Os seres vivos são autores e autoprodutores, isto é, capazes de produzir seus próprios componentes ao interagir com o meio;


3. O ser humano por ser autônomo não se limita a receber com passividade informações vindas de fora.


Reforçando-se assim a idéia: Todo o conhecer é uma ação efetiva, permitindo ao ser vivo continuar sua existência no mundo que ele mesmo traz ao conhecê-lo, isto é, o ato de perceber constitui o percebido. O nosso encontro com/no emocionar do aluno acontece na conversação , no entrelaçamento de duas ações: o linguajar e o emocionar. Esse entrelaçamento se constrói na convivência, podendo facilitar ou dificultar a aprendizagem, dependendo das relações cotidianas e afetivas em que se baseiam.


"Educar se constitui no processo em que a criança ou o adulto convive com o outro e, ao conviver com o outro, se transforma espontaneamente, de maneira que seu modo de viver se faz progressivamente mais congruente com o do outro no espaço da convivência." (Maturana, 2002, p. 29)


Tenho uma grande responsabilidade, enquanto professora, pois meu aluno é um ser em formação que tem sua história de vida e eu um ser humano que também traz sua história, um profissional que tem escolhas a fazer, escolhas relacionadas a minha metodologia, à minha didática que incentive e propicie suas aprendizagens amorosas, que o ajude na edificação de uma sociedade solidária, baseada na coletividade, na cooperação, na emoção de aceitar o outro. São paradigmas indispensáveis ao convívio relacional. Que homem pretendo formar? Que homem estou formando? Produzo um fazer pedagógico que vai nos mudando/transformando juntos, em congruência, favorecendo espaços de convivência de aceitação e respeito mútuos?

Defendo um currículo que deve reorganizar-se no sentido de sensibilizar, de humanizar, de emocionar as crianças fomentando uma formação solidária e cooperativa, fundamentada no amor.










http://www.ufsm.br/gpforma/2senafe/PDF/016e4.pdf




http://www.antroposmoderno.com/antro-articulo.php?id_articulo=845




http://eixovpsicologia.pbworks.com/f/introducaomaturana.pdf




domingo, 9 de maio de 2010

Continuando a falar sobre meus referenciais teóricos

Os estudos realizados por Emilia Ferrero e Ana Teberosky com relação à alfabetização das crianças, sob um paradigma psicogenético construído por elas, tem contribuído, fundamentalmente, com meu trabalho enquanto alfabetizadora.
Segundo as autoras, baseadas na Epistemologia Genética de Jean Piaget e na Teoria Sócio - Interacionista de Levi Vygotski e Henri Wallon, o conhecimento não está no sujeito e no objeto. Ele acontece pela interação da criança com o objeto (Interacionismo).
O Construtivismo não é um método de ensino, mas um estudo científico que procura explicar os fenômenos, não a aplicação prática. É uma Teoria Psicológica de Aprendizagem que preocupa-se com a compreensão de como o sujeito aprende e não como eu, enquanto professora, vou ensiná-lo.
A partir dos estudos de Emilia Ferrero e Ana Teberosky, a linguagem escrita deixa de ser apenas a apropriação de um código (codificação, decodificação) de palavras, sílabas e letras, passando a ser entendida como sistema de representação, evidenciando o caminho percorrido pelas crianças no aprendizado da língua, definindo-o como psicogênese, isto é origem, geração do conhecimento da escrita.
Portanto, estudando essa teoria, cabe a mim, professora alfabetizadora, transformá-la em atividades pedagógicas para que meus alunos construam o conhecimento da leitura e da escrita.
São os pressupostos dessa teoria:
*A aprendizagem da escrita alfabética não é um mero processo de associação entre letras e sons;
*O sistema de escrita alfabética não é um código que se memoriza, que se fixa, mas é um objeto do conhecimento que foi socialmente construído.
*A alfabetização é um processo de construção conceitual contínuo, iniciado muito antes da criança ir para a escola, desenvolvendo-se dentro e fora da sala de aula.



"[...] Alterou profundamente a concepção do processo de construção da representação da língua escrita, pela criança, que deixa de ser considerada como dependente de estímulos externos para aprender o sistema de escrita, concepção presente nos métodos de alfabetização até então em uso, hoje designados tradicionais, e passa a sujeito ativo capaz de progressivamente (re)construir esse sistema de representação, interagindo com a língua escrita em seus usos e práticas sociais, isto é, interagindo com material para ler, não com material artificialmente produzido para aprender a ler; os chamados para a aprendizagem prérequisitos da escrita, que caracterizariam a criança pronta ou madura para ser alfabetizada - pressuposto dos métodos tradicionais de alfabetização - são negados por uma visão interacionista, que rejeita uma ordem hierárquica de habilidades, afirmando que a aprendizagem se dá por uma progressiva construção do conhecimento, na relação da criança com o objeto língua escrita; as dificuldades da criança, no processo de construção do sistema de representação que é a língua escrita – consideradas deficiências ou disfunções, na perspectiva dos métodos tradicionais - passam a ser vistas como erros construtivos, resultado de constantes reestruturações." (Magda Soares)

Para as autoras, as crianças passam por diferentes hipóteses até apropriar-se da língua escrita. Baseados em conhecimentos prévios, essas hipóteses dependem das interações delas com as outras crianças e com os materiais escritos que circulam socialmente.

São esses os níveis pelos quais a criança passa até apropriar-se do sistema alfabético:

Pré-Silábico: A criança representa seu pensamento através de desenhos, onde o escrever para elas é o mesmo que o desenhar. Pode também representar seu pensamento através de garatujas ou rabiscos, não reconhecendo as letras do alfabeto e seu som. Ainda, nessa fase, pode conhecer algumas letras do alfabeto, mas as usa casualmente. Pensam "Para escrever precisa muitas letras". Relaciona que o nome das coisas estão proporcionalmente ligadas ao seu tamanho.

Silábico/ Silábico-Alfabético: Supõe que a escrita representa a fala, iniciando-se o processo de fonetização. Cada sílaba é representada por uma letra com ou sem sonoridade. Em frases, pode escrever uma letra para cada palavra. Escrita silábica sem valor sonoro. Escrita silábica com valor sonoro: TOMATE= TMT/ OAE; CAVALO= CVL/ AVO. Na escrita Silábica-Alfabética a criança pode escrever algumas vezes sílabas completas e outras incompletas, isto é, alterna a escrita silábica com a escrita alfabética: TOMATE= TMAT; CAVALO=CVALU; O MENINO ESTUDA DE DIA.=OMINIUISTUADIA

Alfabética: A criança faz a correspondência entre letras e sons, compreendendo que as letras e sons se articulam para dar forma as palavras. Escreve como fala, isto é, vê a escrita como cópia de sua fala, não percebendo, ainda a questão ortográfica: CÃO=CAUM; O CAVALO COMEU MUITO.= OKAVALUCOMEMUINTU




http://www.smec.salvador.ba.gov.br/documentos/espaco-virtual/tecendo-trama/TEXTO%202.2.%20%20REFERENCIAL%20TE%C3%93RICO%20DO%20CEB%20-%20%20EM%C3%8DLIA.pdf

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Referencial teórico de minha prática pedagógica

A referência teórica que fundamenta minha docência, isto é, o verdadeiro embasamento teórico da minha prática pedagógica está alicerçado em meus estudos realizados durante o PEAD, nos autores que estudei, li e reli, já referendados no meu pbworks de estágio. Faço isso por mim, pelo sucesso de meu estágio, de minha profissão, mas, principalmente, pelo cidadão que estou formando, que tem o direito à uma educação eficaz e qualificada, porque resultará numa sociedade melhor para todo um coletivo.
O primeiro autor e pesquisador que me fortalece na busca da construção do conhecimento de meu educando é Jean Piaget, enquanto Epistemólogo. Sua teoria explica como o indivíduo constrói o conhecimento, desde o seu nascimento, acontecendo quando ocorrem suas ações físicas ou mentais sobre os objetos que, provocando o desequilíbrio, resultam em assimilação ou acomodação, surgindo a construção de esquemas de conhecimento, que são estruturas cognitivas pelas quais os sujeitos organizam o meio intelectualmente. Essas estruturas modificam-se com o desenvolvimento mental, refinando-se à medida que a criança torna-se mais apta a generalizar estímulos.
Piaget considera que o processo de desenvolvimento é influenciado por fatores como maturação, exercitação, aprendizagem social e equilibração.

Os estágios do desenvolvimento humano
Piaget considera 4 períodos no processo evolutivo da espécie humana que são caracterizados "por aquilo que o indivíduo consegue fazer melhor" no decorrer das diversas faixas etárias ao longo do seu processo de desenvolvimento (Furtado, op.cit.). São eles:
• 1º período: Sensório-motor (0 a 2 anos)
• 2º período: Pré-operatório (2 a 7 anos)
• 3º período: Operações concretas (7 a 11 ou 12 anos)
• 4º período: Operações formais (11 ou 12 anos em diante)
Percebo que, na sua maioria, meus alunos estão no:
b) Período pré-operatório (2 a 7 anos): para Piaget, o que marca a passagem do período sensório-motor para o pré-operatório é o aparecimento da função simbólica ou semiótica, ou seja, é a emergência da linguagem. Nessa concepção, a inteligência é anterior à emergência da linguagem e por isso mesmo "não se pode atribuir à linguagem a origem da lógica, que constitui o núcleo do pensamento racional" (Coll e Gillièron, op.cit.). Na linha piagetiana, desse modo, a linguagem é considerada como uma condição necessária mas não suficiente ao desenvolvimento, pois existe um trabalho de reorganização da ação cognitiva que não é dado pela linguagem, conforme alerta La Taille (1992). Em uma palavra, isso implica entender que o desenvolvimento da linguagem depende do desenvolvimento da inteligência.
Todavia, conforme demonstram as pesquisas psicogenéticas (La Taille, op.cit.; Furtado, op.cit., etc.), a emergência da linguagem acarreta modificações importantes em aspectos cognitivos, afetivos e sociais da criança, uma vez que ela possibilita as interações interindividuais e fornece, principalmente, a capacidade de trabalhar com representações para atribuir significados à realidade. Tanto é assim, que a aceleração do alcance do pensamento neste estágio do desenvolvimento, é atribuída, em grande parte, às possibilidades de contatos interindividuais fornecidos pela linguagem.
Contudo, embora o alcance do pensamento apresente transformações importantes, ele caracteriza-se, ainda, pelo egocentrismo, uma vez que a criança não concebe uma realidade da qual não faça parte, devido à ausência de esquemas conceituais e da lógica. Para citar um exemplo pessoal relacionado à questão, lembro-me muito bem que me chamava à atenção o fato de, nessa faixa etária, o meu filho dizer coisas do tipo "o meu carro do meu pai", sugerindo, portanto, o egocentrismo característico desta fase do desenvolvimento. Assim, neste estágio, embora a criança apresente a capacidade de atuar de forma lógica e coerente (em função da aquisição de esquemas sensoriais-motores na fase anterior) ela apresentará, paradoxalmente, um entendimento da realidade desequilibrado (em função da ausência de esquemas conceituais), conforme salienta Rappaport (op.cit.).
Também chamado de estágio da Inteligência Simbólica . Caracteriza-se, principalmente, pela interiorização de esquemas de ação construídos no estágio anterior (sensório-motor).
A criança deste estágio:
• É egocêntrica, centrada em si mesma, e não consegue se colocar, abstratamente, no lugar do outro.
• Não aceita a idéia do acaso e tudo deve ter uma explicação (é fase dos "por quês").
• Já pode agir por simulação, "como se".
• Possui percepção global sem discriminar detalhes.
• Deixa se levar pela aparência sem relacionar fatos.



“Para os autores Jean Piaget e Constance Kamii (1990) a criança nessa faixa etária é capaz de desenvolver várias habilidades necessárias a construção da noção de número, como por exemplo: observar, contar, calcular, classificar, seriar. A partir dessas capacidades ela poderá ter condições de construir a inclusão hierárquica; conseguindo realizar atividades que demonstrem as quantidades. Num primeiro momento, elas ainda não conseguem especificar tipos, nomes e medidas, mas consegue memorizar, principalmente, as noções concretas, tornando-se fator importante para essa aprendizagem adquirir o
gosto pelos números e suas operações. A internalização do conceito de quantidade depende do nível mental que Jean Piaget (1998, p. 31) nomeia de “reversibilidade”, que é a capacidade de fazer, desfazer mentalmente a mesma operação.

“A criança não pode conceituar adequadamente o número até que seja capaz de conservar quantidades, tornar reversíveis as operações, classificar e seriar.” (Jean Piaget)
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Segundo a autora a internalização do conceito de numero depende do nível mental que Jean Piaget (1998) nomeia de reversibilidade. Reversibilidade é a capacidade de fazer, desfazer mentalmente a mesma operação. Para ele a criança não pode conceituar adequadamente o número até que seja capaz de conservar quantidades, tornar reversíveis as operações, classificar e seriar. Assim, o educando (a) constrói, no seu intelecto, a noção de número.

No livro de Constance Kamii, também estão registradas algumas das questões cruciais que desafiam especialistas, professores e pais em relação à aquisição e ao uso do conceito de número pelas crianças de 4 a 7 anos. A criança nessa faixa etária é capaz de desenvolver várias habilidades necessárias à construção da noção de número, como por exemplo: observar, contar, calcular, classificar, seriar. A partir dessas capacidades ela poderá ter condições de construir a inclusão hierárquica, que em síntese com a ordem dos números, poderá construir o número, conseguindo realizar atividades que demonstrem as quantidades. Kamii afirma que, se as crianças conseguem construir os pequenos números elementares ao colocarem todos os tipos de coisas em todos os tipos de relações, elas devem persistir ativamente neste pensamento para complementar a estruturações do resto da série.

http://andersonhigo.blogspot.com/2009/06/resenha-crianca-e-o-numero.html

Gosto de refletir sobre as sensatas e lúcidas idéias do Dr Miguel Arroyo, porque meu modo de pensar e de agir, enquanto alfabetizadora, é muito similar à sua visão de educador. Eis algumas:

"O direito à educação nunca será garantido por um clube de amigos e amigas da cultura, de animais de estimação ameaçados, de crianças de rua, e agora a mídia e os governos lançam a campanha amigos da escola! mais um capítulo de nossa longa história, de sua descaracterização. A educação escolar tratada como uma erra vadia, sem cercas, facilmente invadida por aventureiros. Qualquer um entende, palpita sobre a escola" (Arroyo, Miguel, 2000-p. 22).

"As políticas de formação e de currículo é, sobretudo, a imagem do professor (a) em que se justificam, perderam a referência ao passado, à memória, à história, como se ser professor (a) fosse um cata-vento que gira à mercê da última vontade política e da última demanda tecnológica... que se julgam no direito de nos dizer o que não somos e o que devemos fazer, de definir nosso perfil, de redefinir nosso perfil social, nossos saberes e competências... através de um simples decreto."( Miguel Arroyo, 2000 (p. 24).



"O fato de um adolescente não saber ler não quer dizer que ele parou de crescer; ele continua sendo um ser humano que cresceu como ser humano. Os seres humanos não param de crescer em sua mente, em sua socialização, em sua auto-estima, em sua identidade, ou na sua capacidade de interpretar o mundo, independendo de saber ler ou não. Se fosse assim, os analfabetos seriam criancinhas, e não são! Pode haver um analfabeto que é líder sindical, líder do bairro, que dá conta de trabalhar, de construir uma família, de amar, de ter uma visão do mundo, às vezes mais lúcida do que uma pessoa que sabe ler.Ou seja, o ser humano não pára porque sabe ou não sabe ler. Agora, a função da escola, a nossa função como educadores(as), é que ele saiba ler, mas no tempo em que ele está, não ignorando esse tempo. Não estaremos desmerecendo o direito à leitura, à escrita, estamos dando a esse direito concretude humana. O respeito a seu tempo humano, cultural, mental, social, identitário vale para toda proposta de formação. (Miguel Arroyo)

"O que importa é que os professores e todos os educadores percebam que trabalham com crianças, com adolescentes, com jovens e entendam cada vez mais isso, a tal ponto que cheguemos um pouco como acontece na área da saúde – não levamos nossos filhos crianças num geriatra, os levamos para um especialista da infância, um pediatra. Na área da saúde já agimos assim. Cada profissional tem que entender não só do coração, do pulmão, mas também dos ciclos da vida em que as pessoas se desenvolvem, como seres humanos. O que é normal na área da saúde deveria ser também na área da educação. Trabalhamos com seres humanos totais em tempos de formação de aprendizagem, de socialização e de desenvolvimento. Que sabemos da especificidade de cada tempo? Como respeitar cada tempo humano?" (Miguel Arroyo)



domingo, 25 de abril de 2010

Rotina diária da Turma 119

Horário semanal da turma 119 de pracinha, de Educação Física, de Biblioteca, de Laboratório de Informática:

Para a criança de 6 anos, faz-se necessário manter uma rotina escolar porque isso lhe transmite um sentimento de segurança, tranquilidade, confiabilidade e estabilidade psicológica, libertando-a do sofrimento de ações desorganizadas e imprevistas que podem minar seu frágil emocional. Entretanto,uma rotina organizada pode ser flexível, aberta à novidades divertidas, prazerosas e, por que não dizer, imprevistas. Por isso procuro manter uma rotina com minha turminha de 1º ano. Quando alguma coisa "sai do lugar", eles me cobram, por isso procuro mantê-los informados do porque dessa ou daquela mudança.

Rotina diária sujeita a "chuvas" e "trovoadas":
1. Brinquedo livre:
Acontece diariamente, logo que entramos, enquanto aguardamos a chegada dos retardatários. Eles brincam com os brinquedos da sala e com brinquedos trazidos de casa, tendo sido combinado com os pais na primeira reunião do ano. Procuro estar atenta nesse momento às suas falas, às suas atitudes porque nesse momento da brincadeira livre nota-se as semelhanças e as singularidades entre as crianças, permitindo-me diagnosticar seu estágio de desenvolvimento, seus desejos, suas dificuldades de cooperação e seus avanços em grupo.


"O brincar é ferramenta essencial e necessária ao processo de desenvolvimento humano. O lúdico abrange o brincar e tem o mesmo sentido de infantil, diz respeito ao “inútil” do ponto de vista imediato, refere-se à atividade em si mesma que não visa algum outro fim, mas que tem grande importância no processo de desenvolvimento a longo prazo (KISHIMOTO)."

2. Hora do Conto:

Ao iniciar o ano letivo, lia diariamente um livrinho de literatura infantil para as crianças. Hoje, leio três vezes na semana. Repito a estorinha que agrada mais a eles em outro dia e é com essa estorinha que faço um Jogo Competitivo de Interpretação Oral entre dois grupos: Cada grupo escolhe um nome para si que é escrito no quadro de giz com letra palito ou letra imprensa ou letra cursiva. Tiram "Par ou Ímpar" para ver que grupo inicia o jogo. Feito isso, circulará no grupo uma caixinha com uma figurinha na sua tampa alusiva a estorinha com questões pertinentes à estorinha ouvida, enquanto toca uma música de cantores ou duplas da atualidade dos quais os alunos gostem muito (Vítor e Léo; Luan Santana, Régis Danese, Pe Fábio de Mello, Maria Cecília e Rodolfo, Tchê Garotos, etc.). Quando a música for cessada pela professora, o aluno que estiver com a caixinha na mão deve abrí-la, retirar uma questão e respondê-la. Respondendo-a corretamente dará ponto ao seu grupo que será colocado no quadro, abaixo do nome do grupo, caso contrário passará a oportunidade para o outro grupo. E assim por diante. Permito torcida ferrenha e emocionada a cada rodada, incentivos orais, mas não permito baixaria, vaias e apelidos que desmoralizem os colegas, podendo perder sua pontuação para o grupo ofendido. Todas essas regras foram discutidas antes da primeira vez em que coloquei essa brincadeira em ação e são levadas "ao pé da letra". O grupo vencedor deve vibrar com sua vitória, aplaudir o grupo perdedor. Cada componente do grupo ganhador ganhará dois pirulitos, por exemplo, sendo que um deve ser ofertado a um componente grupo perdedor com um abraço amistoso.

“ O ouvir histórias pode estimular o desenhar, o musicar, o sair, o ficar, o pensar, o teatrar, o imaginar, o brincar, o ver o livro, o escrever, o querer ouvir de novo ( a mesma história ou outra). Afinal, tudo pode nascer dum texto!” (ABRAMOVICH, 1995, p. 23)

3. banheiro e higiene:

Depois do brinquedo livre, levo-os em fila para o banheiro para fazer suas necessidades fisiológicas, se preciso for, para lavarem suas mãos com sabonete líquido e, finalmente, para passarem álcool gel em suas mãos. A Diretora Marelaine fornece para as turmas esse material de higiene.

4. lanche:

Geralmentè, às 9 h, uma das merendeiras traz para a sala de aula a merenda feita por elas na cozinha para os alunos que a solicitaram anteriormente como,por exemplo, cachorro-quente com suco verde; arroz-de-leite; suco de uva com pão-de-ló; lentilha com linguiça, salada de alface e beterraba; sucrilhos com/ sem leite, bolo de chocolate e suco de cenoura e laranja; feijão, arroz, molho de carne moída, salada de tomate e cebola, etc...
Também comem seu lanche de casa. Segunda-feira é o "Dia da Fruta" e sexta-feira" é o "Dia da porcaria" (salgadinhos, bolacha recheada , bala, etc.). Foi acordado com os pais na primeira reunião.

5. recreio: (10h 10min às 10h 25min)

Somente participam desse recreio os alunos do Pré, 1ºs e 2ºs, supervisionados pelo pessoal do administrativo (Diretora, Vice, Supervisora, Orientadora). Às 10h 30 min vão para o recreio os alunos dos 3ºs, dos 4º Anos e da 4ª série, supervisionados, também pelo pessoal do administrativo



6. As atividades pedagógicas são intercaladas ou realizadas nos espaços dessas atividades rotineiras, havendo uma atividade escrita ao dia.