domingo, 26 de abril de 2009

Mosaico Étnico-Racial da Turma 22 - 2º Ano - E. M. E. F. Cincinato Jardim do Vale - Gravataí

MINHAS DESCOBERTAS A PARTIR DA ATIVIDADE: MOSAICO ÉTNICO-RACIAL


Ao realizar com meus alunos essa atividade, que resgatou a ancestralidade, a identidade, a história e a emoção de meus alunos, pude perceber a satisfação das famílias em socializá-las, descortiná-las aos colegas e professora através de seus filhos. Foi um momento único e riquíssimo de muitas coisas para contar e mostrar, de muitas trocas a serem feitas de muitas similaridades a serem constatadas entre si, enquanto pessoas pertencentes a um grupo familiar e social.
Essas crianças demonstraram que sabiam de onde vinham, de que histórias faziam parte e de como se sentiam continuidade da mesma; não só nas características físicas de sua ancestralidade, como também, nos costumes, nas tradições, nas crenças aprendidas no seio de suas famílias.
Tenho 25 alunos, dos quais 20 tomaram parte ativamente da atividade. Aqueles que não participaram ficaram curiosos para conhecerem o que os outros trouxeram e, ao mesmo tempo, entristecidos, por sentirem-se excluídos do que estava acontecendo. Indaguei, então, suas famílias o porquê da não participação de seus filhos. Algumas colocações:
“Não conhecemos a história de nossa ancestralidade, porque nem eu, nem meu marido conhecemos nossas famílias biológicas. Não temos fotos de nossos ancestrais. Fomos criados por outras famílias.” “Nossa história não interessaria para ninguém. Nem para nós ela é muito importante. Mexe muito com acontecimentos que queremos esconder.”
Resolvi, então, continuar com essa atividade de resgate da ancestralidade abrindo espaço para essa busca, para essa discussão/reflexão. Vou abrir espaço para os avôs, bisavôs ou tataravôs para que venham à Escola falarem de suas histórias: lendas, canções, brincadeiras de sua época, seus sonhos, etc. Promoverei visitas aos idosos adoentados que não podem locomover-se até a Escola para mostrar aos meus alunos como são cuidados, respeitados, valorizados e, que mesmo doentes, ainda fazem parte viva dessas famílias.
Estou montando a apresentação de minha ancestralidade: italiana, portuguesa, indígena e afro. Contarei do meu orgulho de fazer parte dessa história familiar, daquilo que me entristece de ter acontecido dentro do meu seio familiar para que percebam a minha humanidade e a minha semelhança com seus sentimentos e questionamentos.
Além de resgatar, com essa atividade, a História, a Ancestralidade e o seu Pertencimento a um grupo familiar, senti minha alma, a alma de meus alunos e de seus familiares repletas de emoção. Essa emoção foi provocada pela valorização de sua identidade individual, familiar e social.








segunda-feira, 20 de abril de 2009

Conceito de Quantidade/ Interação do Sujeito sobre o objeto

A internalização do Conceito de Quantidade na criança está intimamente ligada ao nível mental que Jean Piaget chama de REVERSIBILIDADE; que é a capacidade de fazer e desfazer a mesma operação mentalmente.
Para Piaget a criança conceituará o número no momento que for capaz de conservar quantidades, tornando reversíveis as operações. Faz-se necessário, então, que eu, enquanto professora, promova oportunidades para que elas manuseiem, brinquem com objetos que lhe sejam significativos, individualmente ou em grupo, para que possam, dentro e fora da escola, estabelecer relações possíveis com esses objetos. Essas atividades devem ser prazerosas, fazendo com que a criança observe as semelhanças e diferenças, através de questionamentos desafiadores que estimulem seu raciocínio lógico matemático.
Os números não estão nos objetos com os quais a criança interage, mas na construção mental que cada um fará através de jogos, atividades e trocas diversificadas com seus pares em que ela poderá classificar, ordenar, seriar.
Ela cria e recria essas relações em sua mente com minha ajuda, minha intervenção, sob meu olhar atento e sensível sobre suas ações, suas dúvidas, seus saberes.
A aprendizagem é um processo contínuo, gradual, onde cada sujeito tem seu ritmo, sua genética, sua maturação, seu esforço e seu envolvimento com essas ações sobre os objetos. Portanto, devo investigar e valorizar a maneira como meu aluno pensa, participa, elabora essas ações.
Estamos vivendo numa época em que tudo acontece rapidamente, na era da informação e da comunicação e precisamos formar a criança para esse universo, para essa sociedade em constante transformação, em que todos os conteúdos, inclusive o numeral e sua respectiva quantidade devem ser contextualizados com a realidade dessa criança, com o grupo social a que pertence. Sendo na sua ação sobre os objetos que ela vivencia esses conteúdos construindo seu conhecimento. Ela vai construindo e reconstruindo suas aprendizagens partindo dos conhecimentos, vivências já existentes, acrescentando ou subtraindo informações, progredindo em função do meio, do vínculo afetivo e do seu desenvolvimento biológico, assim estruturando seu conhecimento matemático.
O conhecimento matemático é construído através da criação e da coordenação de relações. Ele não é inato.
Parto de toda a teoria estudada, lida, compartilhada para encorajar o pensamento ativo do meu aluno, provocando a investigação e a reflexão. Assim também aprendo com ele, dando-me conta das minhas práticas improdutivas, das minhas limitações, daquilo que está dando certo, sendo humilde o bastante para pedir ajuda.

domingo, 12 de abril de 2009

Ação em Sala de Aula - Reflexões sobre minha prática na Construção do Conhecimento de meu aluno

Desde o início do ano letivo, na minha turma, vou estimulando meus alunos, instigando-os sobre algum conteúdo, preferencialmente aqueles conteúdos que os professores consideram os mais “cabeludos” para ensinar e para aprender, letra cursiva (nossos alunos são alfabetizados com letra bastão), construção do numeral e a troca de unidades por dezenas, por exemplo. Mas, antes de trabalhar um conteúdo de matemática, construo muito concretamente a formação do numeral (construção do número). Faço com eles essa construção porque considero pré-requisito básico para o aluno, porque dominando essa construção e esse entendimento é meio caminho andado para compreender e realizar qualquer operação matemática. Tudo sem pressa, sem frustrações, com muitas atividades concretas, mas desafiadoras, progressivas e sistematizadas. Procuro desenvolver os conteúdos dando-lhes significado e partindo do que eu conheço da turminha. Trabalho com os alunos em grupos de 4, 2 elementos, em grande grupo, na “rodinha”, dependendo do que eu pretendo e como se sairão melhor. Algumas vezes deixo-os escolher seu parceiro, outras eu os escolho conforme as necessidades e as dificuldades que se apresentam. Tenho certeza que as trocas de saberes entre as crianças são enriquecedoras no processo ensino-aprendizagem. As crianças falam a mesma língua, sabem se comunicar, se entendem. Por isso, eu não acredito no sucesso e no crescimento de uma turma formada somente de alunos com dificuldades (turma dos fraquinhos).
A sala de aula deve ser um ambiente de trocas, de comunicação, de movimento, mas deve ter disciplina, cooperação e ludicidade.
Procuro estar atenta às necessidades, às dificuldades, aos sucessos de meus alunos. Procuro não frustrá-los com atividades muito difíceis, mas lanço desafios, encorajando-os a continuar a caminhada. Acredito que assim, estou contribuindo e auxiliando-os a construir seu conhecimento, seu saber escolar.
Percebo que meu aluno está aprendendo, acompanhando, diariamente, atentamente todo o processo, observando-o, questionando-o, chamando-o à realidade quando desatento. Percebendo quando se dá conta de suas dificuldades e de seus progressos, incentivando-o a continuar, acreditando, brigando, e muito, quando preciso. Policio-me para não compará-los, para escutá-los e orientá-los.
Respeito individualmente o meu aluno, procuro avaliá-los com suas características, seu ritmo, na sua maneira de construir a sua aprendizagem. Nenhuma criança, nenhum professor está com sua aprendizagem acabada, tudo vai se desenvolvendo no decorrer de toda a sua vida. É muito importante que o professor tenha paciência nessa construção, estando atento às dúvidas do aluno, às suas necessidades, às suas conquistas. Quando sinto que meu aluno está seguro, quando ele pede mais, parto para outras atividades mais complexas, desafiadoras e variadas. Corrijo todas as atividades, corrijo seu caderno, ponho recadinhos elogiando-os ou cobrando posturas necessárias e comentários que os façam refletir.
O que me ajudou a organizar meu fazer pedagógico foram as leituras que fiz sobre alguns autores e pensadores e cursos que fiz sob a visão desses autores: Piaget, Vigotsky, Constance Kamii, Emília Ferreiro. Coloco na minha prática tudo o que li e ouvi com criticidade e coerência, conhecendo meu aluno, favorecendo o nosso vínculo afetivo, respeitando seu saber, valorizando e acreditando na sua capacidade cognitiva, aprendendo muito com suas falas e atitudes, pois, na maioria das vezes, ele mesmo me mostra o caminho que devo seguir e os caminhos que estou perdendo tempo em trilhar.
Sei que ainda cometo erros, para os quais estou atenta. Esses erros provocam minhas reflexões e o resultado dessas reflexões estrutura e aprimora o meu fazer pedagógico como um profissional de educação que está em eterno processo de construção e reconstrução de conhecimento.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Pesquisando sobre Argumento

Argumento é um conjunto de colocações que tenham relação entre si, sendo necessário que uma delas seja apresentada como uma conclusão e as demais como suas justificativas.
Argumentar é colocar uma ou mais razões (premissas) com a intencionalidade de levar alguém a aceitar determinada conclusão.
Exemplo de um argumento válido onde as premissas (justificativas) são verdadeiras bem como sua conclusão:
*Todos os seres humanos são mortais.
*Eu sou um ser humano.
*Portanto, sou mortal.
Um argumento válido apresenta as suas premissas verdadeiras e, consequentemente, sua conclusão, não podendo entrar em contradição. Mas, mesmo que um argumento seja válido e suas premissas verdadeiras, com a conclusão seguindo com lógica as premissas, pode não ser aceito por algumas pessoas. Essas pessoas podem aceitar a verdade de suas premissas, negando sua validade.
Outras pessoas podem estar convencidas da validade de um argumento, estando convicta de que sua conclusão é falsa, podendo usar o mesmo argumento para demonstrar que pelo menos uma das premissas pode ser falsa.
Um argumento inválido ou com premissas falsas não deveria convencer ninguém, entretanto muitos são persuadidos por esse tipo de argumento.
A solidez de um argumento depende de sua validade (lógica), da veracidade de suas premissas (epistemológica).
A força de persuasão de um argumento é uma questão psicológica ou psicossocial. Saber usar argumentos é importante por motivos acadêmicos e porque em nossa vida não podemos prescindir deles para: justificar mudanças de crenças e de opiniões, tomar decisões importantes, persuadir alguém, provar a correção ou a incorreção de alguma coisa, acompanhar debates,...
Construir argumentos implica sabermos diferenciar as premissas da conclusão, compreendendo sua relação lógica.
São expressões indicadoras de conclusão: logo, então, por isso, como tal, prova que, consequentemente,...
Essas expressões são indicadoras de premissa: por causa de, porque, desde que, dado que as razões são, em primeiro lugar, em segundo lugar,...
Muitas vezes, essas expressões são omitidas, dificultando a tarefa de analisar argumentos.
Sites consultados: