domingo, 19 de outubro de 2008

Gestão Democrática na Escola

No ano que passou, 2007, foi implantado na Escola Estadual de Ensino Fundamental Professora Clotilde Rosa (1º ao 5º ano) o Ensino de 9 Anos, com apenas uma turma de 1º Ano. Nesse ano de 2008, temos três turmas de 1º ano e duas turmas de 2º Ano. Continuamos com o Ensino paralelo de 8 anos, até sua extinção gradativa. Por esse motivo, estamos revendo nosso PPP e nosso Regimento para essa demanda. Por exemplo, uma das mudanças que ocorreram é o acompanhamento do professor de Primeiro ano no processo de alfabetização no Segundo ano da mesma turma.
Considero que nessa escola caminha-se num processo democrático e participativo e vejo isso claramente durante o final de cada trimestre:
Desde a construção comunitária de PPP da Escola, reformulamos o nosso Regimento Escolar e, consequentemente, o nosso Processo de Avaliação, que eu acredito ser bem democrático, já que toda a comunidade escolar é ouvida e envolvida no mesmo. Trimestralmente, pais, professores, alunos, funcionários avaliam a Escola e se avaliam. Todos nós realizamos com o administrativo, num momento determinado, essa tarefa social e comprometida de avaliação. Nossa Diretora estimula e proporciona esse momento de efetiva participação do CPM e do Conselho Escolar, promovendo muitas melhorias para toda a Escola.
Cada turma avalia, ao final do trimestre, junto à Orientadora Educacional o desempenho didático de sua professora, se está conseguindo aprender com ela, o que pode ser mudado, o que deve continuar, pois está dando certo; avalia o recreio, a merenda escolar, o modo como é tratada por todos os formadores, a sua disciplina e de outros colegas; dão sugestões.
É feita uma ata que é assinada por todos e, através da Diretora, seu conteúdo é repassado, revisto e refletido com os envolvidos que foram avaliados. É um bom exercício de cidadania. Assim é com os outros segmentos. Há uns oito anos é feito desse modo, provocando uma boa evolução em seus atores e muitas mudanças em prol do nosso coletivo educacional.
Somos muito bem trabalhados na questão da avaliação do desempenho do aluno, em reuniões pedagógicas e em reuniões de classes paralelas, bem como somos cobrados para redigir um Parecer Descritivo completo, correto e claro para o entendimento dos pais. O professor deve conversar com o responsável pelo aluno, juntamente com o aluno, em momento previsto no Calendário Escolar, durante três dias, incluindo um sábado. Se a família não comparecer ao Conselho Individual de seu filho, é escrito no Parecer descritivo desse aluno "Não foi possível realizar o Parecer Descritivo do Aluno porque sua família não compareceu ao Conselho Individual com a professora."
O aluno deve ser avaliado como único, respeitando seu ritmo, valorizando suas conquistas, procurando trabalhar concretamente os conteúdos e envolvendo as famílias nesse processo de construção do conhecimento de seus filhos.
O Parecer Descritivo do aluno só é concluído após esse conselho. Caso contrário fica em aberto, até que aconteça. Nesse parecer, temos o cuidado de não usar palavras negativas, que menosprezem a capacidade que o aluno tem de aprender, procurando ser o mais particular e menos passional possível.
Faço questão de falar da avaliação promovida nessa escola, porque, apesar de algumas falhas, é uma das mais democráticas que já testemunhei em escola pública. É a escola em que eu mais vejo o comprometimento dos pais, a partir dessa nova proposta avaliativa. Mas ainda falta um bom caminho a percorrer, por que tanto um bom número de pais, quanto alguns professores e outros que fazem parte de setores da escola ainda são resistentes e tementes às críticas e a ter que rever seus saberes e metodologias. Mexe com a zona de conforto, a comodidade e a vaidade de cada um.
São gestores guapos e bem formados, professores ousados e preparados, pais participativos, alunos valorizados que constroem o perfil democrático da Educação.


segundo GANDIN (2000), “... o planejamento deve alcançar não só que se façam bem as coisas que se fazem (chamaremos a isso de eficiência), mas que se façam as coisas que realmente importa fazer, porque são socialmente desejáveis (chamaremos a isso de eficácia)”.
PADILHA (2001) afirma que, “pensar o planejamento educacional e, em particular, o planejamento visando ao projeto político-pedagógico da escola é, essencialmente, exercitar nossa capacidade de tomar decisões coletivamente”.

Um comentário:

Tutora Daisy disse...

Genial, Roselaine!
Parabéns para você e para seus colegas de escola! É difícil ver um trabalho desse tipo acontecendo e sendo bem acolhido. Legal!

Parabéns também pela escrita que está cada vez melhor em termos de estrutura, bem como de correção.

Sucesso pra você!!!