quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Os animais

Há duas semanas estamos estudando sobre os animais na 2ª série. Assistimos à vídeos: o filme "Selvagens"e o documentário do Globo Repórter "Brasil Selvagem", obviamente em oportunidades diferentes e apropriadas. Lemos textos recreativos e informativos sobre o assunto em pauta,poesias do livro "Arca de Noé", de Vinícius de Moraes.Estudamos, a partir das poesias, o que era verso, o que era estrofe e rima. Criaram rimas. Meu aluno Bruno Gonçalves(9 anos) criou as seguintes quadrinhas:

" Uma onça toda pretinha
dormia bem calminha.
Olhei pra pintadinha,
tirando uma sonequinha."
"Elefante come grama, né!
Esse não...
Esse come boné!"
A aluna Mariana, por sua vez, escreveu:
"Conheci um leão
que tinha um jubão
e no zoológico
ele era um reinão."
"Lá, no zoológico,
encontrei um jacaré.
Quando abriu o seu bocão
eu dei no pé."
Eles resolveveram escrever as quadrinhas em homenagem a dois animais que mais gostaram de nossa visita ao zoológico, no dia 19 de outubro.
Jogos que realizamos sobre essa temática:
Cada um trouxe de casa seis envelopes de carta, previamente solicitados por mim. Colaram em cada envelope os nomes: invertebrados, mamíferos, aves, répteis anfíbios e peixes e também as características xerocadas anteriormente de cada grupo na parte exterior do envelope. Receberam livros e revistas para recortar gravuras de animais pertencentes a cada grupo e os colocarem nos respectivos envelopes. Nessa brincadeira, podiam socializar com os colegas gravuras repetidas que o mesmos não tinham.
No outro dia, dividi em dois grandes grupos a sala de aula: meninos e meninas. Os meninos teriam que juntos escolher cinco gravuras de répteis e votar em um redator que iria escrever esses nomes de animais no quadro. Escolheram: cobra, tartaruga, iguana, lagarto, jacaré. Os meninos teriam que escolher cinco gravuras de mamíferos selvagens e escolher uma redatora para escrever seus nomes no quadro. Escolheram: hipopótamo, leão, onça, zebra,girafa. Dividi a turma em cinco grupos de 5 e 4 elementos. Para cada grupo dei dois nomes dos animais escolhidos. No outro dia, teriam que pesquisar em aula em livros de enciclopédia sobre os hábitos desses animais.Esses livros já tinham sido por mim preparados.O treino ortográfico foi feito pelos próprios alunos e suas escolhas de gravuras de invertebrados. Cada aluno de posse de sua gravura recebeu um número de 1 a 23 (número de alunos). Cada um ditou para os colegas o nome do invertebrado de sua escolha. Se, por acaso, sua escolha tivesse sido falada, deveria trocá-la imediatamente. Se não tivesse mais opções poderia receber uma gravura inédita do colega. Diariamente, essas tarefas , eu colocava embaixo da cadeira de cada um. Isso dava um clima de mistério e surpresa muito legal e animador entre as crianças.

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

BRINQUEDO LIVRE















Dois dias por semana, durante 40 minutos em cada,mantenho dentro de minhas turmas de segunda série a "Hora do Brinquedo Livre".
As crianças trazem seus brinquedos de casa(jogos, bonecas, roupinhas de boneca, panelinhas, maquiagem, robôs, jogo de botão, carrinhos em miniatura, etc.). Há também jogos e brinquedos que ficam numa caixa em nossa sala (paciência, dominó, bingo, quebra-cabeça, jogos ortográficos ou com numerais, memória e outros).
Nesse momento, os alunos brincam do que tem vontade e criam suas próprias regras. Apenas não deixo correr, jogar bolas ou atirar coisas um no outro. Nesta atividade lúdica e livre, podem trocar a disposição dos móveis da sala conforme a exigência das brincadeiras e se organizar em grupos de acordo com os interesses ou as afinidades.É um momento prazeroso de partilha, movimento, risadas e burburinho. Às vezes, surge o conflito, normal e decisivo nas relações humanas, porque é, também, através dele que amadurecemos e estreitamos nosso convívio social, conhecendo a nós mesmos e aos outros. Daí, a importância da atenção do professor quando ele acontece para poder fazer uma intervenção saudável, justa e conciliadora. Estando atento ao brincar de meus alunos, também tenho a oportunidade de conhecê-los melhor, dando-me conta dos que são tímidos, dos egocêntricos, dos agressivos, dos desorganizados, dos extrovertidos, dos Maria-vai-com-as-outras, dos perfeccionistas, dos líderes, dos torcedores, etc. Vejo, além do prazer e da diversão, que o brincar em grupo oportuniza a convivência saudável das diversidades e na adversidade, bem como a troca de saberes e culturas familiares, vendo no outro sentimentos semelhantes ou controversos. Ofereço a "Hora do Brinquedo Livre" porque tenho consciência de que devo respeitar a infância de meus alunos e, também, porque quero vê-los felizes.

sábado, 13 de outubro de 2007

Pavarotti - Ave Maria - Schubert

No dia 5 de outubro, fiquei muito emocionada após postar meu depoimento pessoal no fórum aberto para as discussões sobre o filme "12 homens euma sentença": "Tive uma experiência nesse ano. Iniciei, a partir de agosto, numa escola nova, no turno da tarde. Escola diferente, professores diferentes, crianças diferentes. Eu acostumada há muitos anos (11 anos para ser precisa) em uma outra escola. Deparei-me com uma turma de 27 alunos e, de repente, deu-me o maior medo, a minha vontade era fugir do novo. Então comecei um processo de achar defeito em tudo e, o mais preocupante,não estava sabendo lidar com um desses alunos. Ele exigia a minha atenção a toda a hora, a todo o momento.Colocava à prova minha autoridade e o meu afeto.Entristeci-me, de uma maneira tal, que acabei voltando para a psicoterapia. Lá, dei-me conta de que quem estava fechada para o novo era eu: com meus medos, minhas perdas, minhas incertezas, meu egoísmo, minhas emoções mau resolvidas.Então, busquei dentro de mim as respostas: Por que eu estava negando meu afeto e meu coração aquele menino tão sofrido, tão rejeitado, tão carente de afeto? Por que peguei-o para \\\"Cristo\\\"? Que valor estava dando para essa vida?. E foi dentro de mim que encontrei as saídas. Fui à luta. Lutei contra todos esses meus conflitos internos e decidi conquistá-lo, verdadeiramente. E foi, quando ele teve segurança do meu afeto e da minha cumplicidade, que ele também tranqüilizou-se e sentiu que eu o aceitava, que eu o amava e o respeitava como um ser humano, como meu querido aluno.Hoje, há um caminho que ainda devo percorrer, mas o novo, já não me é tão novo e, já me sinto parte desse contexto. Consigo enxergar a turma maravilhosa que eu recebi e o aluno inteligente e carinhoso que eu poderia ter perdido ou, pior, poderia ter ajudado a se perder. São com as reflexões de Madre Teresa de Calcutá sobre a vida, que quero encerrar esse meu depoimento, essa minha vivência, onde me enxerguei, evidentemente, no enredo do filme em questão nesse forum:
A VIDA

Madre Teresa de Calcutá

A vida é uma oportunidade, aproveite-a...
A vida é beleza, admire-a...
A vida é felicidade, deguste-a...
A vida é um sonho, torne-o realidade...
A vida é um desafio, enfrente-o...
A vida é um dever, cumpra-o...
A vida é um jogo, jogue-o...
A vida é preciosa, cuide dela...
A vida é uma riqueza, conserve-a...
A vida é amor, goze-o...
A vida é um mistério, descubra-o...
A vida é promessa, cumpra-a...
A vida é tristeza, supere-a...
A vida é um hino, cante-o...
A vida é uma luta, aceite-a...
A vida é aventura, arrisque-a...
A vida é alegria, mereça-a...
A vida é vida, defenda-a..."


E minha emoção tem a ver com as vidas que nos são entregues todos os anos em nossas escolas. Essa emoção calou-me mais fundo ao entrar na interdisciplina de música que nos convida a uma visita ao you tube para ouvir "Ave Maria". Gente foi algo indescritível. Eis aí a "Ave Maria" de Shubert,lindamente interpretada por Luciano Pavarotti, uma vida imortalizada pela sua voz maravilhosa.