segunda-feira, 20 de abril de 2009

Conceito de Quantidade/ Interação do Sujeito sobre o objeto

A internalização do Conceito de Quantidade na criança está intimamente ligada ao nível mental que Jean Piaget chama de REVERSIBILIDADE; que é a capacidade de fazer e desfazer a mesma operação mentalmente.
Para Piaget a criança conceituará o número no momento que for capaz de conservar quantidades, tornando reversíveis as operações. Faz-se necessário, então, que eu, enquanto professora, promova oportunidades para que elas manuseiem, brinquem com objetos que lhe sejam significativos, individualmente ou em grupo, para que possam, dentro e fora da escola, estabelecer relações possíveis com esses objetos. Essas atividades devem ser prazerosas, fazendo com que a criança observe as semelhanças e diferenças, através de questionamentos desafiadores que estimulem seu raciocínio lógico matemático.
Os números não estão nos objetos com os quais a criança interage, mas na construção mental que cada um fará através de jogos, atividades e trocas diversificadas com seus pares em que ela poderá classificar, ordenar, seriar.
Ela cria e recria essas relações em sua mente com minha ajuda, minha intervenção, sob meu olhar atento e sensível sobre suas ações, suas dúvidas, seus saberes.
A aprendizagem é um processo contínuo, gradual, onde cada sujeito tem seu ritmo, sua genética, sua maturação, seu esforço e seu envolvimento com essas ações sobre os objetos. Portanto, devo investigar e valorizar a maneira como meu aluno pensa, participa, elabora essas ações.
Estamos vivendo numa época em que tudo acontece rapidamente, na era da informação e da comunicação e precisamos formar a criança para esse universo, para essa sociedade em constante transformação, em que todos os conteúdos, inclusive o numeral e sua respectiva quantidade devem ser contextualizados com a realidade dessa criança, com o grupo social a que pertence. Sendo na sua ação sobre os objetos que ela vivencia esses conteúdos construindo seu conhecimento. Ela vai construindo e reconstruindo suas aprendizagens partindo dos conhecimentos, vivências já existentes, acrescentando ou subtraindo informações, progredindo em função do meio, do vínculo afetivo e do seu desenvolvimento biológico, assim estruturando seu conhecimento matemático.
O conhecimento matemático é construído através da criação e da coordenação de relações. Ele não é inato.
Parto de toda a teoria estudada, lida, compartilhada para encorajar o pensamento ativo do meu aluno, provocando a investigação e a reflexão. Assim também aprendo com ele, dando-me conta das minhas práticas improdutivas, das minhas limitações, daquilo que está dando certo, sendo humilde o bastante para pedir ajuda.

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