domingo, 12 de abril de 2009

Ação em Sala de Aula - Reflexões sobre minha prática na Construção do Conhecimento de meu aluno

Desde o início do ano letivo, na minha turma, vou estimulando meus alunos, instigando-os sobre algum conteúdo, preferencialmente aqueles conteúdos que os professores consideram os mais “cabeludos” para ensinar e para aprender, letra cursiva (nossos alunos são alfabetizados com letra bastão), construção do numeral e a troca de unidades por dezenas, por exemplo. Mas, antes de trabalhar um conteúdo de matemática, construo muito concretamente a formação do numeral (construção do número). Faço com eles essa construção porque considero pré-requisito básico para o aluno, porque dominando essa construção e esse entendimento é meio caminho andado para compreender e realizar qualquer operação matemática. Tudo sem pressa, sem frustrações, com muitas atividades concretas, mas desafiadoras, progressivas e sistematizadas. Procuro desenvolver os conteúdos dando-lhes significado e partindo do que eu conheço da turminha. Trabalho com os alunos em grupos de 4, 2 elementos, em grande grupo, na “rodinha”, dependendo do que eu pretendo e como se sairão melhor. Algumas vezes deixo-os escolher seu parceiro, outras eu os escolho conforme as necessidades e as dificuldades que se apresentam. Tenho certeza que as trocas de saberes entre as crianças são enriquecedoras no processo ensino-aprendizagem. As crianças falam a mesma língua, sabem se comunicar, se entendem. Por isso, eu não acredito no sucesso e no crescimento de uma turma formada somente de alunos com dificuldades (turma dos fraquinhos).
A sala de aula deve ser um ambiente de trocas, de comunicação, de movimento, mas deve ter disciplina, cooperação e ludicidade.
Procuro estar atenta às necessidades, às dificuldades, aos sucessos de meus alunos. Procuro não frustrá-los com atividades muito difíceis, mas lanço desafios, encorajando-os a continuar a caminhada. Acredito que assim, estou contribuindo e auxiliando-os a construir seu conhecimento, seu saber escolar.
Percebo que meu aluno está aprendendo, acompanhando, diariamente, atentamente todo o processo, observando-o, questionando-o, chamando-o à realidade quando desatento. Percebendo quando se dá conta de suas dificuldades e de seus progressos, incentivando-o a continuar, acreditando, brigando, e muito, quando preciso. Policio-me para não compará-los, para escutá-los e orientá-los.
Respeito individualmente o meu aluno, procuro avaliá-los com suas características, seu ritmo, na sua maneira de construir a sua aprendizagem. Nenhuma criança, nenhum professor está com sua aprendizagem acabada, tudo vai se desenvolvendo no decorrer de toda a sua vida. É muito importante que o professor tenha paciência nessa construção, estando atento às dúvidas do aluno, às suas necessidades, às suas conquistas. Quando sinto que meu aluno está seguro, quando ele pede mais, parto para outras atividades mais complexas, desafiadoras e variadas. Corrijo todas as atividades, corrijo seu caderno, ponho recadinhos elogiando-os ou cobrando posturas necessárias e comentários que os façam refletir.
O que me ajudou a organizar meu fazer pedagógico foram as leituras que fiz sobre alguns autores e pensadores e cursos que fiz sob a visão desses autores: Piaget, Vigotsky, Constance Kamii, Emília Ferreiro. Coloco na minha prática tudo o que li e ouvi com criticidade e coerência, conhecendo meu aluno, favorecendo o nosso vínculo afetivo, respeitando seu saber, valorizando e acreditando na sua capacidade cognitiva, aprendendo muito com suas falas e atitudes, pois, na maioria das vezes, ele mesmo me mostra o caminho que devo seguir e os caminhos que estou perdendo tempo em trilhar.
Sei que ainda cometo erros, para os quais estou atenta. Esses erros provocam minhas reflexões e o resultado dessas reflexões estrutura e aprimora o meu fazer pedagógico como um profissional de educação que está em eterno processo de construção e reconstrução de conhecimento.

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