domingo, 18 de maio de 2008

Minhas considerações e reflexões sobre o livro "Pedagogia da Autonomia" de Paulo Freire





É um privilégio ler as sábias, atuais e relevantes palavras do educador, filósofo e ativista Paulo Freire. Já li, do mesmo autor, "Medo e Ousadia". Reli esse livro "Pedagogia da Autonomia".
Paulo Freire é um dos nomes mais importantes da educação e da política brasileira. Reconhecido em todo o mundo.
Em seu livro "Pedagogia da Autonomia" tive a oportunidade de ler sua dura crítica a esse sistema que alimenta a existência de milhões de pessoas em situação de miséria em contraste vergonhoso com a abundante riqueza de uma minoria.
A ética e democracia são conceitos muito bem articulados por ele nesse livro, mostrando-os como elementos libertários importantes e essenciais para o nosso povo e para a educação no Brasil.
Freire, majestosamente, nos leva, através de seu texto, a uma perspectiva de liberdade, autonomia, amor, sonho e paixão, mostrando-nos "o homem como ser incompleto e inacabado". "Um sonhador que tem direito a sonhar- um sonho que nunca se conclui." Esse homem, esse sujeito que reelabora e transforma o mundo, construindo o possível, que antes era considerado impossível.
Aborda uma educação que liberta através da coscientização crítica, do respeito às diferenças individuais e culturais, mostrando seu repúdio à opressão e à indignidade impingida ao homem.
Apresenta a reflexão crítica e a conscientização que vêm da comunicação dialógica e da interação da sociedade. O homem buscando sua identidade e sua autonomia, também na educação, o entendimento que tem de si mesmo na sua caminhada histórica, projetando-se no seu tempo e no seu espaço, percebendo as várias transformações ocorridas em seu meio nessa caminhada.
Mostra, também, que o processo de opressão é modificado a passos lentos e dolorosos, pois mexe com as estruturas do poder e remete-nos a refletir sobre o nosso pensamento e idéia sobre educação. O pensar no coletivo, no bem comum.
O homem, segundo Paulo Freire, é cidadão do mundo, devendo transformar-se num novo homem através da educação, que é capaz de usar a palavra e o letramento para pensar em si e no seu papel transformador dentro da sociedade.
Somente, conseguir-se-á chegar a esse patamar por meio de uma educação emancipatória
e inclusiva, que respeita a cultura que o aluno traz para a escola, porque a pedagogia não deve ser elaborada para o homem, mas, sim, a partir dele.
Chamou-me a atenção, a ênfase que o autor dá à trilogia:afetividade, competência e autoridade na relação professor/aluno e à necessidade de atualização do profesor, estando aberto à mudanças.
Senti, através da leitura, a minha responsabilidade e o meu compromisso, enquanto cidadão e educador das novas gerações, na busca dessa mudança.
Freire realça que ensinar, não é transferir conhecimento, mas criar possibilidades para a sua produção ou para a sua construção.
Devo respeitar o senso comum, comprometendo-me com a consciência crítica do meu aprendiz, estimulando a sua e a minha curiosidade.
Afirma, também, ser imoral que os interesses do poder e do mercado tenham prioridade aos interesses dos seres humanos.

"Se há uma prática exemplar como negação da experiência formadora é a que dificulta a curiosidade do educando e, em conseqüência, a do educador. É que o educador que, entregue a procedimentos autoritários ou paternalistas que impedem ou dificultam o exercício da curiosidade do educando, termina por igualmente tolher sua própria curiosidade. Nenhuma curiosidade sustenta eticamente no exercício da negação da outra curiosidade.(...) O bom clima pedagógico-democrático é o em que o educando vai aprendendo à custa de sua prática mesma que sua curiosidade como sua liberdade deve estar sujeita a limites, mas em permanente exercício. Limites eticamente assumidos por ele. Minha curiosidade não tem o direito de invadir a privacidade do outro e expô-la aos demais. Como professor devo saber que sem a curiosidade que me move, que me inquieta, que me insere na busca, não aprendo nem ensino."(Paulo Freire, p.85)


Minhas reflexões, a partir dessa leitura:
* Estou aberta às mudanças necessárias para a Educação hoje?
* Como estimulo a minha curiosidade e a minha consciência crítica e a do meu aluno?
* Promovo esse debate crítico e dialógico em minha sala de aula, entre os pais e colegas de escola?
* Sou, antes de ser professora, uma cidadã preocupada e comprometida com o coletivo e com a transformação dessa realidade que muitas vezes me oprime e me degrada?
* Sou um pesquisador: procuro, busco, indago?
*Respeito o senso comum promovendo sua necessária superação?
* Como educadora, comprometo-me com a consciência crítica do educando?
*Discuto em aula, com meus alunos seus saberes em relação com os conteúdos estudados?
*De que forma, essa leitura provocou em meu ser professor e cidadão uma boa mudança em minha prática social e pedagógica?

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