[...] essa tripla caracterização - existenciais sociais e pragmáticos - expressa a dimensão temporal dos saberes do professor, saberes esses que não somente são adquiridos no e com o tempo, mas são também temporais, pois são abertos, porosos, permeáveis e incorporam, ao longo do processo de socialização e da carreira, experiências novas, conhecimentos adquiridos durante esse processo e um saber-fazer remodelado em função das mudanças de prática e de situações de trabalho (TARDIF, 2002, p.106).
Retornando ao Eixo IV, exatamente, à Interdisciplina Representação do Mundo pelas Ciências Naturais, percebi o meu crescimento em minha prática pedagógica quanto ao Ensino da Ciência nas minhas classes de1º Ano do Ensino Fundamental. Meu olhar e o meu ouvido estão mais aguçados e atentos às concepções que meus alunos trazem para explicar os fenômenos naturais: luz,sombra, ciclo da água, frio, calor, sol e chuva, etc.
Sei que não existe uma receita metodológica mágica, mas vivencio em meu diário escolar uma necessidade de um ensino de Ciências com atividades práticas e concretas que leve meu aluno a repensar de maneira lógica essas pré-concepções, proporcionando-lhe propostas que sejam úteis à toda a comunidade como, por exemplo: Separação do Lixo; Higiene Ambiental, Corporal e Mental; construção e bservação de um terrário, de um minhocário, etc.
São ações pedagógicas que realizo com minhas turminhas. São competências que devo desenvolver em meus alunos: levantamento de hipóteses, coleta de material, experimentação, observação, registro de dados, capacidade conclusiva, para incluí-los no mundo científico e tecnológico em que vivemos e que, urgentemente, devemos preservar para o bem da humanidade.
A interdisciplinaridade é notória em meu fazer pedagógico, porque, partindo dessas atividades práticas construímos textos, alimentamos nosso raciocínio intelectual e matemático, conhecemos a realidade social onde estamos inseridos, etc.
Procuro incentivar meus alunos à busca de conceitos interessantes sobre os fenômenos que os rodeiam, dentro de uma prática lúdica e lógica que não os prive de um conhecimento mais sistematizado sobre a natureza, oportunizando-lhes a troca de saberes com seus pares, professores, estudiosos.
“A relação com o saber é o conjunto das relações que um sujeito mantém com um objeto, um “conteúdo de pensamento”, uma atividade, uma relação interpessoal, um lugar, uma pessoa, uma situação, uma ocasião, [...], ligados de uma certa maneira com o aprender e o saber; e, por isso mesmo, é também uma relação com a linguagem, relação com o tempo, relação com a ação no mundo e sobre o mundo, relação com os outros e relação consigo mesmo enquanto mais ou menos capaz de aprender tal coisa, em tal situação.” (Charlot,2000:81)
Um comentário:
Roselaine,
E é assim que você consegue formar alunos crítcos não é mesmo?
Abs
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